Por: Luciano Pina
Fonte: Jogandonoticias

Conheça a história do novo treinador contratado pelo Vitória da Conquista, para o Campeonato Baiano de 2011.

Hugo Sales iniciou no futebol jogando nas categorias de base do Flamengo, clube no qual permaneceu por cinco anos até se profissionalizar. Como jogador, ele ainda atuou por Vitória, Bahia e Sobradinho-DF. Depois que encerrou a carreira de jogador, ele se formou como técnico de mecânica e depois passou a exercer a nova profissão. Hugo tentou deixar a bola, mas a bola não o deixou. Por isso, mesmo trabalhando como técnico de mecânica, ele recebeu um convite para treinar as equipes das categorias de base do Clube dos Empregados da Petrobrás (CEPE).

Daí, o baiano iniciou o sonho de ser treinador profissional e, para se especializar, acabou ingressando na faculdade para estudar educação física, curso no qual se formou. Ele também fez outros três cursos profissionalizantes: psicologia desportiva, treinador de goleiros e marketing.

Hugo então recebeu um convite para retornar ao Rubro-Negro, agora como professor da escolinha. Depois disso, o profissional foi preparador físico da equipe feminina do Botafogo. Logo em seguida surgiu o convite para trabalhar no América carioca, clube no qual ele garantiu certa estabilidade e exerceu diversas funções. O baiano foi técnico das equipes infantil, juvenil e júnior do Mequinha, além de auxiliar técnico do time profissional.

A vida de Hugo Sales era tranquila no Rio de Janeiro. Ele tinha três empregos, pois trabalhava no Cepe, no América e como técnico de mecânica. Porém, um empresário viu que o treinador já tinha conhecimento suficiente para comandar uma equipe profissional e resolveu convidá-lo para treinar o Macau.
O salário oferecido pelo clube potiguar era bem menor do que ele recebia no Rio de Janeiro. Além disso, Sales foi avisado que o orçamento da equipe para a disputa do Estadual era muito pequeno, cerca de 30 mil reais. Mas o sonho de ser treinador falou mais alto e Hugo aceitou o convite. No final de 2005, o treinador chegou à cidade potiguar sem conhecer qualquer pessoa no Estado. A missão era fazer com que o Macau não terminasse o Campeonato Estadual de 2006 na zona do rebaixamento e, com muito esforço, foi cumprida. A equipe terminou a competição com sete pontos à frente do Potyguar de Currais Novos, que caiu de divisão.
A partir daí, surgiu um convite para treinar o Coríntians de Caicó na Copa Rio Grande do Norte e o time ficou em segundo lugar no seu grupo, no qual o Baraúnas passou de fase.
Já no segundo ano como treinador profissional, ele foi contratado pelo Imperatriz, time de massa do Maranhão. A aposta não foi muito bem vista pela imprensa maranhense, que pedia um treinador mais experiente. A primeira atitude do técnico foi dispensar vários jogadores que não tinham qualidade suficiente para defender o Imperatriz, mas eram queridos por alguns membros da imprensa, por motivos suspeitos. A pressão só aumentou, mas foi isso que motivou o treinador e fez com que ele crescesse bastante como profissional. Sales permaneceu no clube por sete meses e a equipe só perdeu três jogos, sendo campeã do 1º turno do Campeonato Maranhense e vice-campeã do Campeonato Estadual. Além disso, se classificou para a Série C do Campeonato Brasileiro e chegou até a segunda fase da Série C do Brasileiro.
Porém, os críticos que não aprovaram Hugo Sales continuavam pressionando o treinador e ele acabou ficando sem clima para permanecer na equipe. A diretoria do Imperatriz pediu a sua permanência, mas o técnico resolveu sair. O seu destino foi o Santa Cruz de Inharé-RN. No Tricolor do Trairí, o treinador voltou a sentir pressão, pois ele iniciou a competição com uma grande campanha. Daí, ele foi avisado que deveria conseguir uma série de grandes resultados no restante do Campeonato Estadual, para não ser demitido e ele continuou ficar no clube até o final da competição, pois foi vice-campeão do primeiro turno, e classificou a equipe para a Série C do Campeonato Brasileiro. Depois disso, o treinador voltou ao Imperatriz e ficou sempre entre os primeiros colocados no Estadual, mas o título do Campeonato Maranhense foi perdido nos detalhes.
No início de 2009, o ASSU resolveu apostar no profissional, que estava em ascensão. Sales, pela primeira vez em sua carreira, teve liberdade para selecionar a maior parte dos jogadores que iria trabalhar e o time fez bastante sucesso no 1º turno do Campeonato Estadual, no qual, o clube se sagrou campeão.
Porém, antes da final do turno, Hugo aceitou o convite para treinar o CSA-AL, que vivia sérios problemas internos e estava virtualmente rebaixado para a Série B do Campeonato Alagoano. Hugo ainda conseguiu dar uma injeção de ânimo nos atletas, que passaram de fase na Copa do Brasil. Só que no Estadual a situação era realmente caótica e, mesmo com algumas vitórias conquistadas, a equipe não saiu das últimas posições. Além disso, a situação era mais deprimente nos bastidores, uma vez que vários dirigentes deixaram o clube com o Alagoano em andamento.
Hugo não teve clima para continuar em Maceió e retornou para o Assu. Na sua volta, o time potiguar parecia ser outro. Os treinadores que o substituíram não deram certo e o time estava em queda livre. Mas o técnico falou palavras motivacionais para os atletas e o sonho de conquistar o título virou a obsessão dos jogadores. Todos voltaram a se concentrar no objetivo e o Camaleão se tornou campeão estadual pela primeira vez. Título inédito também para o treinador.
O planejamento de Hugo Sales, depois da conquista, foi de formar a equipe do Assu para a Série D e, por isso, fez contatos com vários atletas. Porém, quando chegou perto da competição nacional, o Camaleão resolveu desistir do Brasileiro. Hugo, que havia rejeitado outras propostas, ficou desempregado. Só que apareceu um convite para treinar o Centenário de Pau dos Ferros. O profissional levou os jogadores que já havia feito contatos e acabou conquistando o Campeonato Estadual da Segunda Divisão de forma invicta.
Com esse sucesso, o treinador foi especulado pelas equipes da capital do Estado, mas voltou para o ASSU, onde dessa vez teve rápida passagem. No dia em que deixou o clube potiguar, Hugo foi contratado pelo Esporte de Patos-PB e conquistou 75% dos pontos disputados neste clube. Por conta da crise financeira, o treinador preferiu deixar a equipe. Só que ele passou somente uma hora desempregado. Logo que o seu pedido de dispensado foi noticiado na mídia, os dirigentes do Nacional de Patos-PB o procuraram e acertaram a sua contratação.

Principais Títulos:

Campeão Potiguar 2009, pelo ASSU
Campeão Potiguar da Segunda Divisão 2009, pelo Centenário