O Estadão

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Do jeito que estão, os Estaduais não podem continuar. Essa é a conclusão de boa parte dos dirigentes do País. Ninguém é a favor do fim desses torneios, mas todos pedem mudanças drásticas nos campeonatos de norte a sul. Hoje, eles estão tão desinteressantes que não faltam exemplos absurdos: apenas 770 pessoas foram assistir ao jogo do Vasco contra o Nova Iguaçu, o Atlético-PR mandou um time B a campo e foi excursionar no Exterior, e o Grêmio escalou os juniores enquanto treinava para a Libertadores.

Mesmo decadente tecnicamente, muitos Estaduais são rentáveis. A Federação Paulista, por exemplo, paga R$ 10 milhões para cada um dos quatro grandes clubes do Estado. É esse poder financeiro, inclusive, que diminui a força dos clubes na hora de cobrar mudanças no formato.

“Se todo mundo sonha com uma liga dos clubes, adiem. Não há ambiente político para isso. Mas é possível conversar a curto prazo”, afirmou o diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro, durante seminário para discutir o calendário no futebol brasileiro, realizado no início da semana em São Paulo.

Brunoro é contra o fim do Paulistão. Para ele, em um primeiro momento, uma mudança no formato de disputa da competição seria o suficiente para revigorá-la. “A fórmula tem de ser modificada. O nível é ruim”, justifica.

O zagueiro Paulo André, do Corinthians, que também participou do fórum de debates, chegou a defender que os clubes grandes não deveriam jogar os Estaduais. “Acho que tem de continuar fomentando o esporte e a profissionalização. Eu, por exemplo, joguei a Sexta Divisão (pelo Taboão da Serra) e se ela não existisse talvez eu não estivesse hoje no Corinthians, mas acho que os Estaduais não deveriam ter os clubes das Séries A, B e talvez até da C”, afirmou.

O vice-presidente de futebol do Flamengo, Wallim Vasconcellos, pretende conversar com os outros três clubes grandes do Rio (Botafogo, Fluminense e Vasco) para apresentar uma proposta à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) de mudança do Estadual. Segundo o dirigente, o modelo atual com 16 times e dois turnos (Taça Guanabara e Taça Rio) é inviável e em 2014 o Rubro-Negro cogita inclusive jogar com um time de juniores nas primeiras rodadas.

A ideia do dirigente rubro-negro é que a federação crie uma espécie de pré-Estadual, em janeiro e fevereiro, com as equipes menores. “Em março e abril, os melhores dessa fase classificatória se juntariam aos grandes”.

Para Sandro Lima, vice-presidente de futebol do Fluminense, a mudança do Carioca passa necessariamente pela redução no número de participantes. “Precisamos tirar de dois a quatro clubes”, analisa.

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