Bahia Notícias

Campeonato-Baiano-2014

No próximo domingo, 23 de março, chega ao fim a segunda fase do Campeonato Baiano. A data marca, para a maioria dos times baianos da primeira divisão – exceto Bahia e Vitória, além dos outros dois que se classificarem para a semifinal da competição – o fim das atividades no primeiro semestre. A novidade é que um maior número de clubes pode ter uma vaga para a Copa Governador do Estado, que será disputada entre agosto e novembro – de acordo com calendário disponibilizado no site da Federação Baiana de Futebol (FBF). Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente da entidade que comanda o futebol baiano, Ednaldo Rodrigues, revelou que há possibilidade de mudança no regulamento da competição, que excluiria Bahia e Vitória da disputa e aumentaria o número de participantes de 8 para 10 times. “Por enquanto, estamos tratando com a assessoria jurídica. Porque a competição garante a terceira vaga do Estado para a Copa do Brasil, e Bahia e Vitória já possuem essa vaga, já são da Série A. Então a federação está analisando a situação e talvez possa mudar para 10 clubes. Quando terminar o Baiano iremos decidir e sentar para conversar com os clubes”, disse. Atualmente, as oito vagas para o torneio estadual são definidas da seguinte forma: os seis primeiros colocados do Baianão – que incluem, normalmente, a dupla Ba-Vi – e as duas agremiações que garantirem a acesso à elite pela segundona. Com a possível modificação, o Tricolor e o Rubro-Negro abririam vaga para mais dois times e outros dois seriam beneficiados pelo aumento no número de participantes.

Caso se repita a fórmula usada em 2013, a última rodada da segunda fase do Baianão, que será disputada neste domingo (23), define não apenas as equipes que disputarão a semifinal da competição, mas também os seis times da elite estadual classificados para a Copa Governador do Estado no segundo semeste. Já levando em consideração o possível novo regulamento, todas equipes que disputaram a competição, menos os rebaixados Juazeiro e Botafogo, estariam no torneio. As vagas adicionais dariam espaço para os times que não se classificaram para a segunda fase do estadual mas escaparam da degola, Bahia de Feira e Feirense. A indefinição em torno da Copa Estado, no entanto, tem deixado alguns clubes confusos. O técnico do Jacuipense, Emerson Pereira, por exemplo, desconhecia, até a semana anterior, a possibilidade de ter uma competição no segundo semestre. O presidente do Bahia de Feira, Thiago Souza, disse ao BN que ainda espera uma resposta oficial para pensar no planejamento para o restante da temporada – sem o torneio após a eliminação da Copa do Brasil ao ser derrotado pelo Corinthians, o clube não teria mais atividades em 2014. O fato, porém, não traz dor de cabeça ao mandatário. “Se não tiver mais jogos, paciência. É trabalhar para melhorar no ano que vem”, ponderou. O técnico do time de Feira de Santana, Quintino Barbosa, também mantém a dúvida e aguarda a mudança ou não do regulamento. “Por enquanto, estamos fora. Mas acho que pode mudar”, disse ao BN.

Com ou sem alteração, o certo é que os times baianos ficarão muito tempo sem uma competição oficial. Como a Copa Governador só começa em agosto, o intervalo será de, pelo menos, quatro meses. Para Felipe Sales, presidente do Jacuipense, essa é a “realidade dos times pequenos”. “A gente sabe que é uma rotina e temos nos acostumado. E é ano de Copa do Mundo, todo mundo vai ficar parado”, minimizou ao fazer referência ao fato de que os clubes de Série A e B ficarão sem atividades por um mês devido ao Mundial. Em meio às reivindicações do Bom Senso F.C – grupo formado por jogadores de futebol em busca de melhorias no calendário brasileiro – as poucas datas do futebol baiano fazem com que os clubes optem por contratos pequenos, normalmente com duração apenas para o estadual. Thiago Souza, mandatário do Bahia de Feira, no entanto, não vê o calendário curto como o maior problema das agremiações. “Não adianta ter campeonato e não ter receita. Antes de mudar calendário teria que ter uma fonte de receita. Se o Baiano não gera lucros, imagina a Copa Governador que não tem patrocínio?”, questionou.