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Em fevereiro, durante o Congresso Técnico da Fifa, em Florianópolis, Felipão e técnico do México, Miguel Herrera, se cruzaram. Na ocasião, os dois se cumprimentaram e trocaram algumas palavras cordiais. O papo foi rápido, mas o suficiente para Luiz Felipe Scolari deixar escapar:

– O México é a pedra no caminho do Brasil.

A preocupação de Scolari tem fundamento. No Século XXI, o México tem sido um dos rivais mais duros para a seleção brasileira. Os dois países se enfrentaram 10 vezes com seus times principais, com um retrospecto bem equilibrado: quatro vitórias para cada lado e dois empates.

A pedra no caminho citada por Felipão tem muito a ver com tropeços em decisões recentes. A Seleção foi derrotada nas finais da Copa das Confederações (1999), da Copa Ouro (1996 e 2003), dos Jogos Olímpicos (2012) e do Mundial sub-17 (2005 e 2013). Entretanto, quando o assunto é Copa do Mundo, o retrospecto é inverso: são três vitórias brasileiras em três partidas, com 11 gols marcados e nenhum sofrido.

O primeiro duelo em Mundiais, curiosamente, também se deu no Brasil, em 1950. No Maracanã, a Seleção venceu por 4 a 0, com gols de Baltazar, Jair da Rosa Pinto e Ademir Menezes, duas vezes. Foi a primeira vez que os dois países se enfrentaram na história e também a estreia do Brasil na Copa de 1950, diante de mais de 80 mil torcedores, no Rio de Janeiro. Foi o primeiro dos três triunfos dos brasileiros sobre os mexicanos na história da competição.

Quatro anos depois da Copa do Mundo de 1950, as duas equipes se reencontraram. No dia 16 de junho de 1954, o Brasil fazia seu primeiro jogo em Mundiais desde o Maracanazo. Motivada, a equipe entrou em campo com vontade de mostrar que seguia na elite do futebol. Sobrou para o México, que não viu a cor da bola na goleada da Seleção por 5 a 0, com gols de Baltazar, Didi, Pinga (duas vezes) e Julinho.

O último duelo entre as duas seleções em Copas, curiosamente, também ocorreu em uma estreia. Em 1962, os mexicanos encontraram um Brasil diferente, vindo do primeiro título mundial, e não mais uma equipe fadada a fracassar nas fases finais. Curiosamente, foi um dos jogos mais difíceis para a Seleção, que venceu por 2 a 0, com gols de Zagallo e Pelé. No fim do torneio, no Chile, os brasileiros faturaram o bicampeonato mundial.

No retrospecto geral, a vantagem brasileira é gritante. Brasil e México já se enfrentaram em 35 oportunidades, com 22 vitórias, seis empates e sete derrotas da Seleção. A atual geração, no entanto, já sofreu nas mãos dos mexicanos. Thiago Silva, Marcelo, Hulk, Oscar e Neymar estavam em campo na derrota por 2 a 1, em Wembley, na final dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, sob o comando de Mano Menezes.

O retrospecto recente da Seleção contra o México é ruim e preocupa. No entanto, na última vez que os dois times se encontraram, coisas boas aconteceram para o Brasil, curiosamente também no Castelão. Foi no estádio, em Fortaleza, que a torcida ignorou o protocolo da Fifa e, mesmo após a execução da primeira parte do hino nacional, seguiu cantando à capela.

A iniciativa contagiou a Seleção, virou rotina em todos os jogos do Brasil no país e virou símbolo da conquista da Copa das Confederações.

Em campo, o time também fez bonito. Com atuação de gala de Neymar – a melhor até então -, a Seleção venceu por dois 2 a 0. Os gols foram de Neymar e de Jô, após bela jogada do camisa 10, que criou ótima chance para o atacante.

Brasil e México, às 16 horas desta terça-feira em Fortaleza

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