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O futebol fez o experiente goleiro Julian Viafara adotar o Brasil como sua segunda casa. Nascido na Colômbia, o atleta de 36 anos ganhou destaque no cenário nacional com as camisas de Atlético-PR e Vitória, mas, sem vontade de continuar a carreira, estava decidido a colocar um ponto final em sua trajetória no futebol. Até que surgiu a oportunidade de retornar a Bahia, agora defendendo o Vitória da Conquista, rival do Palmeiras na quarta-feira, pela primeira fase Copa do Brasil.

– Eu me considero um baiano. Fiquei cinco anos no Brasil, dois em Curitiba e três em Salvador. O tratamento que eu e minha família sempre tivemos foi muito bom. Depois que eu retornei, parecia que nunca tinha ido embora. É uma alegria ver que minha passagem não foi em vão. Agora, estou num time pequeno, mas quero mostrar meu trabalho para o Vitória da Conquista começar a aparecer mais no futebol nacional – afirmou o goleiro.

Além das defesas importantes, Viafara conquistou o torcedor rubro-negro com a bola nos pés. Habilidoso, sempre tentou sair jogando e até se aventurou nas cobranças de faltas e pênaltis. Autor de 11 gols, o goleiro vai reencontrar uma vítima nesta quarta-feira.

– Se Fernando Prass der mole eu faço o segundo nele (risos). Já fiz um na Copa do Brasil, em 2010, de pênalti, nas quartas de final contra o Vasco – brincou.

O gol de Viafara em Prass garantiu a classificação do Vitória, mesmo com a derrota por 3 a 1, em São Januário.

Depois de ficar 2014 longe dos gramados, buscando iniciar uma carreira fora das quatro linhas, Viafara aceitou voltar ao futebol por causa do projeto apresentado pelo presente Ederlane Amorim Silva. Agora, ele já não sabe mais quando irá pendurar as luvas.

– Estava sem vontade de jogar. Fiquei um pouco na Colômbia e voltei para a Copa do Mundo. Aí comecei a estruturar uma empresa de assessoria esportiva tentando fazer uma ponte entre a Colômbia e a Bahia. Tem muito atleta bom no interior baiano que se perde por falta de orientação, falta de conhecimento – disse o atleta, que agora já admite possibilidade de continuar por mais algumas temporadas.

– Tem o Rogério Ceni, o Dida. Eu estou com 36 anos. Do jeito que o Ceni está pegando aos 40 (o são-paulino tem 42) dá para jogar uns aninhos mais – completou.

No Campeonato Baiano, o Vitória da Conquista lidera o Grupo 2, com 11 pontos. Dono da melhor campanha do estadual, o time precisa de um empate na última rodada da primeira fase para assegurar vantagem no mata-mata decisivo.

Experiente, Viafara elogia a fase da equipe, mas tenta conter a euforia dos companheiros para o duelo contra o Palmeiras.

– O time está bom, com moral lá em cima, mas com os pés no chão. O Campeonato Baiano não é um medidor. É muito diferente competir contra clubes de São Paulo. Mas o astral está bom, a Copa do Brasil está dentro dos nossos objetivos. De não estar apenas nessa fase, mas ir andando. Surpresa sempre acontece. Vamos fazer a nossa parte e pelo menos tentar levar para o segundo jogo – finalizou.