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Ranking-da-Copa-Sul-Minas-Atualizado-em-2002

Insatisfeitos com o Estadual, os clubes do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro ficaram tentados pela promessa de um campeoanto regional com R$ 80 milhões de receitas. A questão é que as federações do Sul já reagem e apelam à CBF para matar o movimento. A cúpula da entidade mostra-se bem pouco propensa a mudar o calendário por uma nova competição.

Está marcada para sexta-feira, em Porto Alegre, a reunião do grupo de times candidatos a formar a liga, composto pelos paranaenses Coritiba e Atlético-PR, Atlético-MG e Cruzeiro, Inter e Grêmio, Flamegno e Fluminense, entre outros. Federações do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná já articulam uma reunião com a CBF logo depois para decidir qual será a reação.

Sentem-se ameaçados porque os executivos da liga, cujo núcleo é composto pelos times paranenses, acenaram com uma renda de R$ 80 milhões para o campeonato. Para se ter uma ideia, Flamengo e Fluminense ganham abaixo de R$ 10 milhões no Rio, valor que varia de acordo com o resultado. Grêmio e Inter levam R$ 7,5 milhões pelo Gaúchão.

A arrecadação da Sul-Minas é, por enquanto, só uma projeção de ganhos com contratos de televisão e de marketings, mas já atraiu os reticentes gaúchos e os cariocas. Pelo menos já toparam ouvir a proposta. As datas para a competição seriam as dos Estaduais, e os times já admitem ter formações reservas nos campeoantos locais para privilegiar o torneio mais rentável.

Por isso, as federações já prepararam o contra-ataque. “Não consequi entender o que eles querem. Se botar os times do Rio, vai parecer um Brasileirinho”, atacou o presidente da Federação Paranaense, Hélio Cury, que classificou o efeito no Estadual como “muito complicado”. “Vamos marcar, sim, uma reunião com a CBF assim que a liga apresentar o seu plano.”

A ideia da liga era fazer a competição com o aval da confederação, mas a diretoria da entidade nega qualquer contato. E o discurso da cúpula da entidade está longe de ser animador para a liga.

“O processo de calendário é extramemente complexo. Não consigo enxergar uma fórmula para ter outra competição que não seja mexer nas atuais, ou mexer nos Estaduais, ou no nacional. E isso envolve pay-per-view, contratos que estão em vigor até 2016… Não dá para discutir algo assim sem falar com a CBF”, afirmou o secretário-geral da confederação, Walter Feldman, que afirmou que só acompanhou o movimeto pela imprensa.

Feldman também se mostra descrente sobre a necessidade de uma liga para organizar o Brasileiro, com aval da confederação, como discutido entre os clubes. Entende que a comissão de times criada pela entidade já ocupa esse papel. Em resumo, se os clubes pretendem ter autorização da CBF para criar ou assumir competições e gerar rendas novas, não devem encontrar as facilidades esperadas por alguns cartolas.