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A Câmara dos Deputados instaurou na terça-feira a CPI da Fifa, CBF e Máfia do Futebol. A comissão trabalhará em paralelo com a semelhante que já ocorre no Senado e que, no final do ano passado, foi prorrogada até julho. Agora, os partidos deverão indicar parlamentares para fazerem parte dos trabalhos. A intenção é que a primeira reunião ocorra dentro de duas semanas.

Um dos responsáveis por colher as assinaturas que tornaram possível a realização da CPI foi o ex-judoca, e atual deputado federal, João Derly. A criação da comissão já havia sido anunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em janeiro deste ano, mas só agora ela foi instaurada. A comissão funcionará como uma segunda investigação à que já ocorre no Senado e é presidida pelo ex-jogador Romário.

Cogitou-se que a comissão de investigação das denúncias de irregularidades de dirigentes da entidade que rege o futebol mundial tais como suborno, fraude e formação de quadrilha fosse mista, envolvendo senadores e deputados federais, mas os senadores saíram na frente e iniciaram os trabalhos da comissão em 2015.

Os sucessivos escândalos envolvendo o futebol brasileiro foram o mote para a criação da CPI no Senado. Até agora, a comissão promoveu inúmeras audiências oitivas em Brasília, ouvindo de dirigentes de federação ao presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, passando por jornalistas. Além das audiências, a comissão aprovou requerimentos que envolviam a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático, que diz respeito a mensagens eletrônicas, de figuras importantes do futebol, como o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos, acusado de envolvimento em um escândalo de corrupção que levou à prisão outros dirigentes em maio do ano passado, durante ação ocorrida na Suíça.

A crise envolvendo os dirigentes levou o então presidente da CBF, Marco Polo Del Nero a pedir licença do cargo. Em seu lugar, assumiu Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes. Opositores de Del Nero acusam o presidente licenciado de ter promovido um golpe, colocando um de seus aliados no cargo de vice-presidente da região sudeste, antes ocupado por Marin. Com a eleição, o Coronel Nunes passou a ser o vice-presidente com maior idade e, por conta do estatuto da CBF, assumiu o posto de mandatário da entidade com a licença de Del Nero.

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