Globo Esportes

O ano era 2010. Mais precisamente, 20 de junho de 2010. As atenções do país inteiro estavam voltadas para o Soccer City, em Johanesburgo. O Brasil, de Kaká e Robinho, dava o segundo passo em busca do sonhado hexacampeonato mundial enfrentando a Costa do Marfim.

A vitória por 3 a 1 fez a torcida comemorar noite adentro. Certamente por isso ninguém deu muita bola ao noticiário esportivo que informava o empate em 1 a 1 entre CSA e Fluminense de Feira, em jogo disputado às 10 horas da manhã daquele domingo. Muito menos para os quatro jogos do dia anterior, que abriram a quarta rodada da Copa do Nordeste de 2010.

É isso, o Nordestão daquele ano concorreu com a Copa. Praticamente toda a primeira fase fora disputada simultaneamente ao Mundial da África do Sul. Muitos times aproveitaram para dar ritmo a reservas e promover juniores, o que aumentou o nível de esquecimento. No fim, quando ABC, Vitória, CSA e Treze passaram às semifinais, ninguém entendeu muito bem.

O título ficou com o Vitória, que venceu o ABC por 2 a 1 em jogo único disputado em Natal no dia 1º de dezembro – ou seja, quase seis meses depois do início da competição. O time comandado por Ricardo Silva tinha como destaques o meia Jackson (que estava na reserva no último jogo) e o atacante Schwenck.

A desorganização e o pouco interesse da torcida minaram a credibilidade do torneio. Tanto que a CBF tirou a disputa do seu cardápio de competições nos dois anos seguintes.

E agora? Voltamos ao mesmo cenário, sob a mesma argumentação: a falta de datas para arrumar estaduais, Copa do Brasil e o início do Brasileiro com a Copa do Nordeste.