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O coronavírus se alastra, os números de contaminados e mortos explodem e não sabemos o que será das nossas vidas, do planeta e o que dirá do futebol. Neste momento, sair de casa, salvo necessidade extrema, é um ato que se aproxima muito mais da burrice do que da coragem. É difícil imaginar que jogos de futebol aconteçam nos próximos meses. E, se acontecerem, muito provavelmente serão com portões fechados.

No momento em que tudo parou, muitos campeonatos estavam em andamento. Mas um deles, somente um, não pode acabar desse jeito, sem campeão ou com um campeão com o maior asterisco da história: a Premier League inglesa.

Neste momento, com a tabela congelada, o Liverpool, eu sua campanha histórica, de 27 vitórias em 29 partidas, tem 82 pontos. O vice-líder, o Manchester City, tem 57, ou seja, 25 pontos a menos. Se vencesse todos os jogos que ainda teria a fazer, o City poderia chegar no máximo a 87 pontos.

Ou seja, o título por antecipação do Liverpool era uma questão de mais uma ou duas rodadas, três no máximo. Quis o destino que não houvesse tempo para o título matematicamente, com festa ou desfile em carro aberto para a quebra de um jejum de 30 anos – talvez para o bem de muitos.

No Brasil, o nosso principal campeonato ainda nem começou. E acho que ninguém vai se jogar da ponte se todos os Estaduais forem simplesmente cancelados. Libertadores e Copa do Brasil podem ficar bem mais para frente no ano, quando a situação estiver melhor.

Para que isso aconteça, lembrem-se, devemos todos ficar em nossas casas, evitar ao máximo qualquer saída. Precisamos ganhar tempo e evitar uma catástrofe em nosso sistema de saúde – o isolamento social está se provando mundo afora a melhor solução para o momento. Futebol? Por enquanto, esqueçam.

Determinar campeões dos campeonatos em andamento, com a fotografia do momento, seria uma cretinice que mal consigo adjetivar. Se for para cancelar, que cancelem sem campeões! Mas, por favor, deixem o Liverpool jogar mais duas partidinhas.