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Já era quase fim de noite do último dia 6 de março quando policiais chegaram a um dos hotéis mais luxuosos de Assunção, capital do Paraguai, com a ordem de levar Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, para a Agrupación Especializada, um quartel da Polícia Nacional adaptado em presídio. Os brasileiros começavam ali a cumprir a prisão preventiva determinada pela Justiça paraguaia por usarem passaportes falsos para entrar no país dois dias antes. Hoje, exatamente um mês depois de pisarem pela primeira vez na Agrupación Especializada, o ex-jogador e o irmão continuam presos, sem qualquer previsão de quando ganharão liberdade.

Ronaldinho e Assis dividem uma cela de 18 m². O local é equipado com duas camas, televisão, geladeira e um ar-condicionado recém-instalado. O banheiro, no entanto, fica fora da sala e é coletivo.

O ex-jogador disputa partidas de futebol de salão, futevôlei e vôlei praticamente todos os dias. Desde a implantação da quarentena no presídio, há duas semanas, com proibição de vistas numa tentativa do governo paraguaio de evitar a disseminação do coronavírus, a prática de atividades esportivas, antes restrita, foi ampliada dentro da cadeia. Agora, os presos podem se exercitar ao ar livre duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde.

“Para compensar a falta de visitas, os detentos gastam o tempo com atividades recreativas e esportivas. Ronaldinho é, sem dúvida, a grande atração desses momentos de lazer. O pessoal, inclusive, costuma bater na porta do quarto dele para buscá-lo para jogar futebol”, contou ao Estado o comissário Blas Vera, chefe da Agrupación.