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A Interpol abriu investigação sobre a suspeita de que Andraus, do Paraná, e Serrano, da Paraíba, realizaram uma partida chamada “fantasma”. Denúncia do Fantástico, que foi ao ar no dia 17 de maio, mostrou indícios de que o jogo não foi realizado, mas movimentou cerca de R$ 10 milhões em casa de apostas.

Em comunicado, a Interpol informou que seu grupo de integridade do futebol fará a investigação, que foi aberta nesta segunda-feira. Além da polícia internacional, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) pediu apuração do jogo para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e a comissão de ética da CBF. A Federação Paraibana de Futebol também afirmou que está investigando a situação.

O jogo teria sido realizado no dia 25 de abril, em meio à pandemia de coronavírus, quando todo o futebol no país estava paralisado. Segundo a defesa do clube, a partida foi um jogo-treino, ocorreu nas dependências do Andraus, sem público e por isso também não foi comunicado a sua realização à FPF.

A reportagem no Fantástico que mostrou a suspeita do jogo fantasma foi ao ar sem que o clube apresentasse provas de sua existência. O advogado do Andraus, Marluz Dalledone, no entanto, afirmou que haviam provas.

A reportagem do GloboEsporte.com entrou em contato com o advogado, que após dizer que somente as apresentaria à produção do Fantástico, repassou um arquivo na última quinta-feira.

No arquivo alegado, Dalledone apresentou declarações e assinatura de uma pessoa que diz ter sido o árbitro do jogo com sua assinatura, além de rubricas de alguns jogadores que pertenceriam ao Andraus.

Segundo o advogado, todas as declarações foram obtidas após a matéria do Fantástico ter ido ao ar. A reportagem do GloboEsporte.com pediu o contato do suposto árbitro ao advogado, mas não a recebeu.

O advogado também enviou duas fotos do que seriam o jogo realizado. No entanto, em nenhuma delas é possível identificar os clubes que estavam jogando. Em uma delas não há sequer jogadores em campo.

O presidente do Serrano afirma que o jogo existiu, mas admite que não enviou nenhum jogador do clube. O time teria sido formado por atletas do Paraná com a camisa do Serrano.