G1 Bahia

Ainda sem perspectiva da bola voltar a rolar em todo o país, os clubes ainda buscam alternativas e estudam o cenário provocado pela pandemia do novo coronavírus. A doença impactou o calendário brasileiro e entrou no vocabulário do futebol. Em balanços financeiros, dirigentes de clubes brasileiros previam quadro caótico (“o mundo virou de ponta cabeça”, destacou uma carta de presidente), enquanto outros não se arriscavam em prognósticos ou minimizavam.

Parados desde a primeira quinzena de março, as diretorias contabilizam prejuízos. Apesar de iniciativas para o retorno do esporte – com protocolos diversos e muita discussão sobre a prática desses procedimentos -, o mês de junho deve marcar os 90 dias de paralisação.

Consultora que atende alguns clubes brasileiros – hoje trabalha com o América-MG, Atlético-MG, Flamengo, Internacional, Grêmio, RB Bragantino e a CBF -, a Ernst & Young fez novos cálculos com a premissa de que os jogos retornem no mês de julho, sem público.

Em dois cenários – um mais otimista e outro mais pessimista – prevê retração das receitas globais do futebol no país. Se em 2019 bateu R$ 6 bilhões, neste ano de 2020 deve gerar menos R$ 1,3 bilhão – com outra projeção pior, de R$ 1,9 bilhão de redução de receita. Não vai chegar a R$ 5 bilhões.

O principal impacto, proporcional, é na arrecadação com o “Matchday” – faturamento em dias de jogos, pois serão sem público. Mas as perspectivas são de queda em todos itens. Depois de anos de crescimento, o resultado final leva o futebol de volta aos valores de 2016, observa a consultora.

Em balanços financeiros de 2019 e nos primeiros retratos de 2020, os clubes já sentiam a possibilidade de retração no mercado. Dos 20 clubes da Série A, doze deles trataram da pandemia no documento oficial de apresentação de contas.