Em audiência com clubes, infectologista recomenda volta do futebol em Minas só no declínio da pandemia, depois de agosto
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Representantes do futebol mineiro estiveram em audiência pública na Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira, para discutir o retorno do futebol no estado. Entre os convidados, o infectologista Carlos Starling, integrante do comitê criado pela Prefeitura de BH no combate ao novo coronavírus, disse que o ideal seria a retomada das partidas no período de declínio da pandemia. Ele previu que a doença em Minas alcançará o ápice só em agosto.
“Estamos em momento de ascensão da pandemia. Com o monitoramento dos treinos dos times, teremos informações importantes na hora de implementar de fato a volta do futebol. Projetamos para agosto o pico da doença. O momento ideal para o retorno do esporte é no momento do declínio da pandemia”, sugeriu o médico Carlos Starling, que participou do debate público por meio de videoconferência.
Starling entende que seria necessário mais alguns meses de espera, o que inviabilizaria eventual volta do Campeonato Mineiro em meados de junho, como previa a Federação Mineira de Futebol.
O infectologista alertou ainda que o coronavírus começou a se alastrar perigosamente pelo interior de Minas. “Em Barbacena, Varginha, Uberaba e Uberlândia, o vírus está em franca ascensão, o oposto do que ocorre na Europa. Estamos do lado oposto da curva. Não é o momento de flexibilização de atividades com grande aglomeração de pessoas. Corremos muitos riscos”, advertiu.
A audiência pública na Assembleia teve a participação de médicos de América (Cimar Eustáquio), Atlético (Rodrigo Lasmar) e Cruzeiro (Daniel Baumfeld). Também por meio de videoconferência, eles explicaram os procedimentos adotados pelos clubes para um retorno mais seguro dos jogadores aos treinos, com testes diários para COVID-19 e isolamento imediato dos atletas que tiverem a presença do vírus detectada.
O presidente da Federação Mineira de Futebol, Adriano Aro, disse que a intenção é retomar as competições de forma escalonada, de acordo com o poder financeiro dos clubes de cada um dos módulos do Estadual. Em um processo mais adiante, seria a vez de as categorias de base dos clubes voltarem à ativa e, em uma ‘quarta fase’, a liberação do futebol amador.