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O sucesso do eventual retorno do Campeonato Paulista depende de uma mudança cultural envolvendo hábitos de jogadores e demais integrantes das equipes. A opinião é de Moisés Cohen, presidente da comissão médica da Federação Paulista. Ele liderou a elaboração do protocolo sanitário que será usado para tentar impedir a transmissão do novo coronavírus entre atletas e demais profissionais.

“Sem uma mudança cultural, nenhum protocolo, nenhuma testagem vai funcionar. Conversamos muito sobre essa necessidade de os hábitos mudarem”, afirmou Cohen.

O fim da comemoração de gols com abraços está entre as práticas sugeridas. “Pelas comemorações de gols que estamos vendo nos campeonatos que já voltaram, acho que todos já estão conscientes em relação a isso”, disse o médico. Tentar evitar cusparadas nos gramados é outro ponto abordado..

Cohen explicou que, quando a volta for autorizada, o primeiro passo será cada time testar jogadores e demais profissionais. “Teremos etapas de treinamento que vão avançando até todos treinarem juntos. Vamos começar com treinos individuais. Você divide o campo em quatro partes e coloca cada jogador em uma parte”, contou o médico.

Os clubes foram orientados para tentarem evitar servir refeições e impedirem o uso coletivo dos vestiários em seus centros de treinamento. A recomendação é para que jogadores almocem em casa e cheguem aos CTs uniformizados na fase de treinos antes de os jogos volatarem a acontecer com portões fechados.

“A questão cultural é vital. Todos precisam ser rigorosos com a higiene em suas casas”, declarou Cohen.

Quando a competição recomeçar todos ficarão concentrados do começo ao fim. “Quem não tiver hotel no CT deve tomar todos os cuidados onde ficar. Por exemplo, isolar andares e evitar se deslocar de elevador. Tem que usar a escada sem encostar no corrimão”, disse o médico.

E se algum atleta se contaminar e isso for descoberto depois de ele enfrentar outra equipe, o campeonato corre o risco de parar? “Acredito que não. Se acontecer, isolamos o jogador e os que conviveram mais com ele. Mas isso não deve acontecer, eles são jovens fortes”, avaliou Cohen..