Futebol Interior

Houve época em que este 19 de julho, Dia Nacional do Futebol, a reflexão mirava ‘artistas’ que escreveram a história da modalidade.

Da Lei Pelé de 1998 pra cá, direitos e deveres de atletas entraram cotidianamente na pauta de discussão, com reflexo de incontáveis processos trabalhistas de atletas reivindicando supostos direitos.

De entretenimento com relativo ganho aos praticantes, o troço passou a ser tratado como negócio gerador de muito dinheiro, com cotas altíssimas aos clubes pelo direito de transmissão de jogos pela televisão, além de tratativas de marketing com empresas privadas e públicas, para propagação de marcas.

Isso não foi o bastante para acomodação de clubes. Interatividade nas redes sociais mostraram aos gigantes do meio que poderiam bradar, como D. Pedro I há dois séculos, o grito de independência, de forma que cada qual possa negociar individualmente direitos de imagens de seus produtos: o futebol.

Como o Flamengo se agigantou de forma que pudesse ‘peitar’ a então poderosa Rede Globo de Televisão, encontrou como aliado o presidente Jair Bolsonaro, desafeto da emissora, que editou a MP (Medida Provisória) 984, que permite negociação individual do clube mandante sobre a transmissão das partidas.

Já se observa que até CBF (Confederação Brasileira de Futebol) também se mostra defensora da MP, e dia a dia clubes vão se enfileirando no mesmo propósito.

Pelo andar a carruagem, quem poderia brecar essa nova ordem das coisas do futebol seria a Câmara Federal, que brevemente deve avaliar e votar a MP.

Como parlamentares, em reunião com dirigentes de clubes, tiveram percepção do eco favorável à mudança na relação com TV, está pavimentado o caminho para que a MP seja aprovada.

Evidente que clubes da Série A do Campeonato Brasileiro só têm a ganhar com competitividade de veículos de comunicação para mostrar imagens dos jogos. Resta saber como vão se portar clubes da Série B, principalmente aqueles de menor apelo popular.