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A duas semanas da volta da Libertadores, qual a situação da pandemia na América do Sul? Como a Conmebol pretende minimizar os riscos de infecção com tantos deslocamentos e em áreas de diferentes estágios de contágio? Quem já voltou a jogar? As respostas são variadas. Mas o surto no Boca Juniors deu um indício.

Após seis meses, o maior torneio de clubes do continente vai voltar no próximo dia 15. Isso significa também o retorno oficial do futebol para 10 de seus 32 times. Em três países, as ligas nacionais não começaram ou não foram retomadas e seguem sem previsão de datas: Argentina, Bolívia e Venezuela. Na Colômbia, voltará uma semana antes da Libertadores.

Segundo dados da Universidade Oxford, seis países da América do Sul estão na lista dos 10 que registram, no momento, as maiores taxas de óbitos por milhão no mundo: Colômbia, Bolívia, Argentina, Peru, Brasil, que formam o Top-5, e o Chile, em nono. Essas nações estão com média móvel – dos últimos sete dias – entre 2,93 e 5,75.

Como comparação, a Espanha chegou a registrar média móvel de 18,5 mortes por milhão no início de abril. Mas o futebol só voltou no país quando esse número estava abaixo de 1. Dois presidentes de confederações sul-americanas morreram vítimas da Covid-19: o boliviano César Salinas e o venezuelano Jesús Berardinelli.

Para a médica Fátima Marinho, do Instituto de Estudos Avançados da USP, o continente sul-americano ainda tem regiões com curvas de contágio ascendentes.

– Estamos com uma expansão grande na América do Sul. Se você pensar em média, temos o Brasil em um platô alto, agora começando a declinar, o Peru em um platô alto, relativamente maior, e por um tempo maior. A Colômbia está subindo, assim como a Bolívia e Argentina – diz Fátima.

A Conmebol permitiu o aumento da lista de inscritos de cada clube de 30 para 40 jogadores e, com isso, quer evitar a remarcação de jogos. Portanto, mesmo diante de um alto número de casos positivos em uma equipe, a entidade deve manter seu calendário.