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Depois de um número alto de casos de covid-19 nas primeiras rodadas, o Campeonato Brasileiro transcorreu de forma mais tranquila por meses, aumentando a confiança de clubes, jogadores e torcedores nos protocolos adotados pela CBF. Nas últimas duas semanas, entretanto, o cenário mudou: a segunda onda que dá sinais de começar a atingir o país parece ter chegado mais rápido ao futebol, e começa a gerar questionamentos.

Na última rodada do Brasileirão, disputada no fim de semana, os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro tiveram, somados, 60 desfalques por coronavírus, além de dois treinadores contaminados e em isolamento. São 12 clubes com casos positivos, incluindo Vasco, Santos, Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG e outros. Os números impressionam e mostram o impacto no futebol até agora: de acordo com levantamento da CBF, dos 6.604 jogadores testados nas séries A, B, C e D, além de aspirante, sub-20 e sub-17, 1.257 registraram positivo para covid. Isso significa que 19% deles já tiveram contato com o vírus desde o início da pandemia e foram contaminados em algum momento.

Os casos neste segundo surto também apareceram com maior gravidade. Cuca, técnico do Santos, chegou a ser internado na unidade semi-intensiva do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O São Bernardo não disputa o Brasileiro, apenas a Copa Paulista; seu treinador, Marcelo Veiga, está na UTI da Santa Casa de Bragança Paulista, onde respira com auxílio de ventilação mecânica durante tratamento das complicações da covid-19. Há outros casos mais sérios no futebol nacional

Nos bastidores, clubes da Série A já questionam o protocolo desenvolvido para o Brasileirão, e alguns os consideram menos rigorosos dos que os adotados nos estaduais. A CBF defende seu protocolo, e considera que medidas mais drásticas, como punir clubes que contrariam as recomendações, poderiam inviabilizar a continuidade da competição. Episódios de filiados que não seguem o protocolo têm sido, aliás, frequentes, indo de interações entre jogadores, treinadores e torcidas organizadas a festas frequentadas por funcionários das agremiações.