Globo Esportes

De cada 100 transferências internacionais realizadas no futebol em 2020, pelo menos 11 envolviam jogadores brasileiros. De cada U$ 100 investidos em um atleta profissional de futebol no ano passado, U$ 13 foram gastos com um jogador brasileiro. Tais dados estão no relatório anual da Fifa sobre o mercado global de transferências.

Se você ainda acha pouco o peso do Brasil no mercado, considere que 180 nacionalidades diferentes estiveram envolvidas em transações internacionais de jogadores em 2020. Foram 17077 transferências no ano passado, das quais 2008 eram de brasileiros, um recorde.

O documento é divulgado pela Fifa desde 2012. O Brasil sempre liderou, com folga, o ranking de nacionalidade mais representada entre as transferências internacionais. Os argentinos ficaram na segunda posição em todos os anos. Em 2020, foram 899 transferências com jogadores do país vizinho.

O mercado foi afetado pela pandemia. O total gasto no ano passado foi de U$ 5,63 bilhões (R$ 30,78 bilhões), quase U$ 2 bilhões a menos que 2019 e menor valor desde 2016. Do montante, U$ 734 milhões (R$ 4 bilhões) foram desembolsados em transações que envolviam jogadores brasileiros.

O valor é alto, mas inferior ao registrado nos últimos três anos. Em 2017 e 2018, os brasileiros superaram U$ 1 bilhão. Para Eduardo Carlezzo, advogado especialista em Direito Desportivo e transferências internacionais, a realidade não deve mudar.

– Não há dúvida que isto tende a continuar pelos próximos anos, sobretudo quando vivemos momentos de forte valorização do euro e dólar no país, o que faz com que a remuneração dos atletas em real seja bastante alta, aumentando significativamente o interesse por uma transferência internacional – comentou Carlezzo.