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Na quarta-feira, foi publicado neste blog o valor da proposta da Record pela TV Aberta do Carioca: R$ 11 milhões. O montante causou surpresa e descrença no twitter: “É por clube”, “Absurdo”, “Muito pouco”. Os grandes clubes, Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo e Ferj recusavam uma oferta maior da Globo, R$ 45 milhões, por todos os direitos do campeonato. Apostam em vendas de outras fatias da competição para aumentar ganhos e em um teste para competições como o Brasileiro.

É um passo em direção um novo modelo de comercialização de direitos de transmissão de futebol em contraposição ao tradicional. Desde a década de 80, a Globo, SBT, Record e Band compram direitos de competições, pagam clubes e entidades e comercializam por conta própria o produto. Agora, os clubes fatiam direitos e tomam para si parte da venda dos seus jogos.

Esse movimento já tinha sido ensaiado pelo Flamengo no meio do ano passado na disputa com a Globo relacionada ao Carioca. Com a MP do Mandante válida, o clube fechou a venda de um jogo pelo Mycujoo em experiência fracassa pela falta de estrutura da plataforma. Além disso, exibiu jogos na FlaTV.

Sem o Flamengo presente, o contrato do Carioca valia R$ 100 milhões até 2020 quando a Globo o rescindiu. Uma rápida observação do mercado de direitos de televisão, com a devolução de direitos da Libertadores e renegociações mundiais, deixa claro que esse não era mais seu valor de mercado. Trata-se de uma competição de segundo escalão na temporada que ocupa três meses de calendário com 12 times de menor expressão.

Parte dessas respostas vai servir para os clubes criarem um modelo para outras negociações de direitos como o Brasileiro. Os contratos com a Globo e a Warner só acabam em 2024. E o Flamengo, por exemplo, faz do Carioca uma espécie de laboratório para a estratégia futura na negociação do Brasileiro. Há tempo para os clubes da Série do Brasileiro iniciarem essa discussão de como pretendem comercializar seu produto. Neste sentido, o que ocorrer no Carioca pode influenciar o futuro dos direitos de TV no país.