Folhapress

O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Rogério Caboclo, defendeu a continuidade dos jogos da modalidade em meio ao agravamento da pandemia do coronavírus no Brasil. Nesta segunda-feira (22), o país bateu pelo 24º dia consecutivo o recorde na média móvel de mortes pela Covid-19 (2.298 óbitos) e ultrapassou os 12 milhões de infectados pelo coronavírus.

Em reunião com mandatários dos clubes das Séries A e B, Caboclo afirmou que iria bancar a sequência dos campeonatos, disse que a Rede Globo, detentora de direitos de transmissão, e seus patrocinadores também são contra a paralisação e que os clubes “estariam fodidos” se as competições não ocorressem. O vídeo em que Caboclo faz as afirmações foi publicado pelo jornal O Dia.

“Eu não abrirei mão […]. Nós podemos parar o futebol? A Rede Globo não quer, eu tenho a segurança que não. Ninguém quer. Seus patrocinadores não querem. E se parar, sabe quando nós temos a segurança de dizer que a gente pode voltar? Nunca. Num dia que o governador do Maurício, que um ministro disser que pode, no dia que o prefeito de São Nunca disser que pode. Eu não vou estar à mercê de nenhum deles. Eu vou, Landim, Galiotte, todos os presidentes, eu vou mudar o futebol brasileiro e vou determinar que vai ter competição”, disse Caboclo, que complementou:

“Porque vocês estão fodidos se não tiver (competição). Eu assumo o ônus de todos vocês.”

Mauricio Galiotte, presidente do Palmeiras, pediu que o tema fosse abordado em outro momento: “Podemos voltar a discutir esse assunto em outro momento, Rogério?”. Caboclo respondeu: “Por que em outro momento?”. Galiotte replicou: “Porque acho que a discussão é um pouco mais ampla, mas vou encerrar aqui a minha colocação.” Caboclo finalizou: “Ótimo”.

Já o presidente do Avaí, Francisco Battistotti, fez elogios ao presidente da CBF.

“Parabéns, Rogério, pela sua colocação. Parabéns por essa posição. O Avaí Futebol Clube acha a sua posição coerentíssima. Aqui em Santa Catarina, só o Rubinho e eu sentimos na carne o que estão fazendo. Sentimos na carne a influência política determinando que seja cancelado o futebol catarinense. Um dia fecham a cidade. Outro dia por interferência de outros prefeitos fecham a outra. Parabéns, presidente Caboclo.”

No fim da reunião, o mandatário da CBF ainda questionou se algum dos representantes dos clubes desejava a paralisação do futebol, mas o silêncio predominou.

“Acho que já foi ouvido que todos querem a continuidade”, declarou. “Algum presidente aqui presente é contra a continuidade? Nenhum”, finalizou Caboclo.