:: ‘LIMPA’

Jornal Folha do Estado

O Fluminense agora entrou para o hall dos times “ficha-limpa” do futebol brasileiro. Depois de confirmar a adesão ao PROFUT – Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro – o clube obteve as certidões negativas de débitos com órgãos federais e pode retomar uma série de benefícios e situações que havia perdido ao longo do tempo, com ter contas em banco, firmar convênios e parcerias, além de voltar a receber verbas de subvenção.

Essa é a consequência direta da adesão do Fluminense ao PROFUT, que impõe exigências de gestão e responsabilidade fiscal que os clubes devem cumprir se quiserem participar do programa de refinanciamento. A partir daí, os clubes poderão dividir seus débitos em até 240 parcelas de no mínimo R$ 3 mil, contando com redução de 70% das multas, de 40% dos juros e de 100% dos encargos legais. As primeiras 60 parcelas poderão ser reduzidas em até 50%, mas esse desconto deverá ser coberto posteriormente. Os clubes se comprometem a reduzir o déficit para 10% da receita anual a partir de 2017, e 5% a partir de 2019. Com a adesão, a agremiação passa a ter certidões negativas dos débitos.

De acordo com Mizael Freitas, diretor financeiro do Fluminense, as certidões negativas garantem uma série de benefícios ao Fluminense. “O time pode agora pode reabrir as suas contas em banco que estavam bloqueadas há muito tempo. Além disso, agora o clube pode firmar convênios, parcerias com empresas de forma aberta sem problema nenhum e acima de tudo com toda a transparência”, afirmou.

O dirigente disse que o primeiro benefício imediato foi a inscrição no Campeonato Baiano nas categorias profissional e sub-20, cujo prazo se encerrou na última quarta-feira (16). “Alguns clubes estavam com dificuldades para inscrever no Campeonato Baiano por conta da falta destas certidões e o Fluminense está de posse destas certidões e automaticamente teve a sua inscrição confirmada, além da renovação das suas licenças com a FBF e a CBF para 2016”, relatou Mizael Freitas.

O Estadão

A Federação Internacional de Futebol (Fifa) quer que entidades nacionais, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), publiquem os salários de seus cartolas, que implemente uma “ficha limpa” para aqueles que sejam eleitos e ainda que haja um limite de mandatos para quem está no poder. Nesta segunda-feira, Joseph Blatter, presidente da Fifa, concedeu sua primeira entrevista coletiva desde que renunciou ao cargo e deixou claro que a ausência de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, na reunião do comitê executivo da entidade foi ignorada por ele. O evento também foi marcado por um protesto, que deixou Blatter visivelmente abalado.

“Os membros do comitê executivo são convidados a participar de encontros”, disse Blatter. “Não tivemos todos eles e um, como no caso da CBF, decidiu não vir. Mas esse é seu problema. Não teve qualquer influencia nas decisões da Fifa”, garantiu o presidente da Fifa.

Del Nero, depois da prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, decidiu não sair mais do Brasil. Na reunião mais importante da Fifa em anos, a confederação brasileira não foi representada, o que causou críticas.

Na reunião, a Fifa aprovou a criação de um grupo de trabalho para avaliar uma reforma na entidade. Mas Blatter deixou claro que a condição é de que todas as entidades, regionais e nacionais, também sigam o mesmo processo. “A Fifa não pode fazer as coisas sozinha”, disse.

Entre as propostas ainda está a aplicação de uma exigência de que os dirigentes tenham uma “ficha limpa” antes de assumirem qualquer cargo. Outra medida proposta é a de colocar limite a mandatos, algo que Blatter nunca aceitou, permanecendo como presidente da Fifa por quatro mandatos. Segundo ele, foi a Uefa que vetou no passado a adoção de limites. “É importante reduzir o numero de mandatos de todos, nas Fifa, nas confederações e nas entidades nacionais”, acrescentou.

Por fim, ele quer a publicação do salário de todos. Questionado se revelaria quanto ganha, Blatter se recusou. “Todos terão de apresentar suas rendas. Podem me perguntar quantas vezes quiserem. Mas o farei quando todos o farão”, disse.

Blatter ainda desfez qualquer dúvida se pode continuar no comando da Fifa. Ele convocou eleições para o dia 26 de fevereiro e garantiu que não será candidato. “Um novo presidente será eleito”, disse. O suíço indicou que, depois de 40 anos na Fifa, quer trabalhar numa rádio e falar de geopolítica. “O rádio é o mais popular. Espero que alguém me queira”, disse.