Futebol feminino baiano quer ser referência no Brasil com programa de inclusão de atletas
FBF
Vivendo altos e baixos nos últimos anos a nível nacional, o futebol feminino esboça uma estruturação que promete colher frutos no estado da Bahia. A inclusão de 16 equipes na última edição do torneio estadual, vencido mais uma vez pelo São Francisco do Conde, remonta a um planejamento da própria Federação Brasileira de Futebol (FBF) em incentivar a categoria no calendário esportivo do estado.
“A resposta foi de mais mulheres participando do futebol. Saímos de oito clubes para 16 e ainda criamos a Caravana do Futebol Feminino, em que íamos ao interior do estado para garimpar atletas com potencial para integrar o esporte. E muitas delas não tinham onde jogar”, afirmou o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, em entrevista ao Bahia Notícias. Considerado um projeto inovador a nível nacional, a Caravana funcionou como os tradicionais drafts que acontecem nos esportes norte-americanos. O processo acontece para alocar novos atletas, ou aqueles sem clube, nas equipes que disputam determinado torneio.
“A nível de nacional, é um projeto inédito, maravilhoso. Diante de meus olhos, nunca vi em outras Federações. Vamos ter grande sucesso em revelar novas jogadoras e quem sabe até para a Seleção Brasileira. Além do mais, o futebol baiano está crescendo, até mesmo pelo fortalecimento do campeonato estadual. O país está olhando para este projeto pioneiro. São promessas que futuramente iremos ver em grandes equipes”, comemora a ex-atleta Solange Bastos, que participou da comissão técnica da Caravana do Esporte.
Entretanto, apesar da aprovação e seleção de dez aprovadas para o certame estadual, o processo ainda é visto como lento e gradativo em termos de renovação. “Apesar da seleção, muitos clubes acabaram não utilizando as atletas como titulares de suas equipes. Lembro apenas de dois times que fizeram isso. Muitas jogadoras ficaram de lado, não foram integradas”, confessa o professor Mário Augusto, treinador do São Francisco e também membro da comissão.
Para Ednaldo Rodrigues, o processo ainda está em seu início e se estenderá para mais cidades no estado graças ao apoio das ligas municipais. “Pedimos no conselho do intermunicipal que as ligas municipais abram espaço para o futebol feminino, com a criação de competições e isso já está começando a acontecer no estado. Por isso tivemos 16 equipes no Baianão e a CBF já está de olho nisso, pois é um caminho mais curto até para integrar a Seleção Brasileira. Também queremos a mulher organizando o futebol, mas tudo precisa acontecer de forma gradativa e sem tropeços”, finalizou.