Tribuna da Bahia

Estudioso do jeito que é, René Simões chegou ao Bahia e decidiu apostar na parte mais inflamável do tricolor: a torcida. Em sua primeira entrevista coletiva, o quarto treinador do Bahia no ano, fez um discurso voltado para recuperar o apoio da arquibancada, a começar de domingo, quando o time precisa vencer o Vitória da Conquista, em Pituaçu, para avançar às semifinais do Campeonato Baiano.

“Quem tem de ser vaiado é o adversário. Quem tem de ser vaiado é a arbitragem. É pressão em cima deles. Pro nosso é só alegria, só aplauso. Depois que acabar o jogo você (torcedor) tem direito a qualquer coisa. Mas, espero que seja só comemoração”, afirmou, horas antes da coletiva, em uma entrevista exclusiva para a “TV Bahêa”.

Esta será a segunda passagem de René Simões pelo Bahia. O treinador comandou o time em 1989, depois da conquista do bicampeonato brasileiro e durante a Taça Libertadores da América daquele ano.

Ao contrário do clima festivo daquele ano, o treinador já detectou uma diferença entre os torcedores. “Achei a torcida muito tensa. Acho isso até natural. Temos que trabalhar esse lado do torcedor. Me lembra aqueles emergentes, um cara que ganhou um dinheiro, saiu da classe intermediária e passou a ser rico. Agora ele está com muito medo de perder o dinheiro dele e voltar para a outra classe”, comparou.

René Simões admitiu que não estava acompanhando os jogos do Campeonato Baiano, mas que as fitas das partidas já estão à sua disposição. Em relação ao jogo de quarta-feira, contra o Atlético Paranaense, o treinador destacou as mudanças feitas por Chiquinho de Assis durante o intervalo.

A dupla, aliás, já havia trabalhado anteriormente e René se mostrou confiante em reeditar a parceria. “Ele tem uma posição no clube bem definida. Faz um trabalho de passagem, responsável pela transição dos jogadores entre a divisão de base e o time de cima. Todas as vezes que trabalhei com Chiquinho eu me dei muito bem”, lembrou.

O presidente do Bahia, que antes de René Simões havia procurado também Joel Santana e Celso Roth, afirmou que a vontade de trabalhar no tricolor foi decisiva para a contratação. “Ele acreditou no projeto e no clube. Vamos trabalhar para ser campeão baiano”, prometeu Marcelo Guimarães Filho.