Fonte: A Tarde


Zagueiro pode vestir a camisa rubro-negra em 2011

Para Alison, vestir a camisa do Vitória não será problema. Maior que enfrentar preconceitos e desconfianças por ter atuado no arquirrival desde 2007, há uma sublime razão para topar o imprevisto desafio: estar trabalhando.

“Tenho que sustentar minha filha Ana Clara, de três anos. Trabalho onde me respeitarem como homem e jogador”, disse o zagueiro nesta sexta-feira, 31, analisando a possibilidade da troca de trincheira em 2011.

Sua saída em definitivo do Bahia foi reafirmada no site oficial na quinta-feira, 30. Foi longa, cansativa e sem êxito a tentativa de renovação do contrato entre seu empresário, Adson Gomes, e o gestor Paulo Angioni.

“Deus quis assim”, disse o atleta católico por telefone, de sua cidade, Parnamirim (RN), distante 14 km de Natal. “O Bahia agora é passado. Desejo boa sorte ao clube e ao presidente Marcelinho [Guimarães]”, falou ele, sério, mas sem evitar a ponta de mágoa e ironia.

O queixume incubado parecia querer alvejar o cartola. Para ele, houve desrespeito com sua pessoa. Mas não acusa ninguém diretamente. Deixa a interrogação no ar. Os números são sigilosos, mas se sabe que Gomes pediu um aumento que Angioni entendeu exagerado. E a contraproposta considerada “desrespeitosa para o jogador que pegou o clube na Série C.”

Valorização – Após roer osso nas séries C e B, Alison viu chegar o momento da valorização profissional. Antes das férias ele insinuou que sofria assédio de um clube da Série A “que iria disputar a Libertadores em 2011.”

Sobre a existência de outras agremiações namorando seu futebol, o jogador deu a entender que o assunto não o perturbava por duas razões: os contatos são feitos com Adson Gomes; e porque deseja ignorar as especulações. “Se metade das especulações se confirmassem eu já estava contratado pelo Real Madrid ou Barcelona. Deixo esse assunto para meu empresário resolver. E ele só fala comigo quando algo está bem encaminhado”, afirmou.

Caso o técnico Antônio Lopes indique sua futura contratação pelo Vitória, Alison será mais um de muitos jogadores destacados no futebol baiano a trocar um rival pelo outro. Os exemplos mais recentes e polêmicos de transferências de domicílio envolveram o meia Preto Casagrande, do Vitória para o Bahia, e o goleiro Emerson, caminho inverso. Ambos experimentaram a glória de serem ídolos com as duas camisas.