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Conhecido internacionalmente entre os fãs de MMA, o baiano Rogério “Minotouro” Nogueira faz jus à fama de lutador completo, requesito mínimo para os grandes atletas da modalidade. A prova disso é que além da faixa preta de jiu-jitsu, graduação recebida após anos de dedicação aos treinos na academia de um discípulo de Carlson Gracie, o irmão gêmeo do peso pesado Rodrigo Minotauro também ostenta uma medalha de bronze conquistada nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, em uma “experiência única”.

Seis anos antes, após estrear com louvor no MMA, o atleta sentiu que a evolução técnica do antigo vale-tudo era inevitável e tratou de suar para ter a mesma desenvoltura tanto na luta em pé quanto no solo. E já que os treinos de boxe e muay thai específicos para um combate no octógono não eram suficientes, Minotouro optou por imergir no mundo do boxe.

– No começo, eu tinha o objetivo de melhorar o meu boxe para competir no MMA. Os treinos com a seleção olímpica me davam confiança e me fizeram aprender a andar no ringue, a ter postura. Tanto que o meu jogo mudou e, por isso, sou bem mais completo.

A aptidão e dedicação ao esporte amador, no entanto, aguçaram seu lado de competidor, e as seguidas vitórias que culminaram na conquista do bicampeonato nacional o levaram à equipe representante do boxe nacional nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro.

– Chegou uma hora em que eu vi que tinha condições e podia disputar com os melhores do mundo. Foi uma coisa natural e, aos poucos, fui mudando de objetivo, tanto que entrei com a meta de conquistar uma medalha no Pan, e saí com desejo de disputar uma Olimpíada.

Porém, os dólares do evento de MMA Affliction falaram mais alto e, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos, Minotouro retornou às competições de artes marciais mistas nos EUA, esporte no qual acumula o cartel de 19 vitórias, sendo cinco anotadas por nocaute e seis através de finalização.

Aos 34 anos, apesar de continuar representando o país em competições internacionais, agora de forma profissional, o atleta baiano deixa claro que a comparação entre as experiências não é possível.

– Em um esporte amador, a gente luta pelo time, não para se ranquear na carreira e vir a ganhar um título. No Pan, o objetivo é fazer o maior número de medalhas com a delegação, no conjunto. O que vale é a torcida, o Brasil estar com você. O Pan-Americano foi mesmo uma experiência única que vou levar para o resto da minha vida.