Por Mozart Tanajura Júnior
Foto Eliezer Oliveira

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As lágrimas não param de rolar na face da torcida conquistense. O tão aguerrido time do Vitória da Conquista não suportou a pressão do Esquadrão de Aço e sucumbiu pela primeira vez no campeonato, num momento em que não poderia perder. Futebol que segue! Não penso que aquela derrota seja a derrota de um trabalho bem feito ao longo desses meses em que o clube disputou o certame estadual.

O decenário do clube trouxe-nos a chama de um sonho: por pouco não chegamos lá! Mesmo assim tivemos uma trajetória honrosa no cenário futebolístico da Bahia. Ficamos em segundo lugar e perdemos para um gigante do futebol brasileiro, o Bahia. Fizemos história, mesmo sendo derrotado no último jogo e de goleada.

Não podemos julgar a trajetória do time somente porque tivemos a infelicidade de uma péssima partida na final. A campanha feita ao longo de todo o campeonato, e chegando à decisão de forma invicta, com o apoio de nossa torcida e o brio de nossos jogadores ratifica a boa performance da equipe. Não foi fácil chegar ao vice-campeonato. Muitas dificuldades e barreiras foram vencidas.

Lembremo-nos do início de nossas disputas pelo acesso à elite do futebol baiano em 2006: um lançamento do zagueiro Roque e o belo gol do atacante Danilo. Gol que nos colocou definitivamente na elite do futebol baiano. Uma vitória da garra e da vontade de superação de nossos atletas.

Em 2007, a nossa primeira participação na primeira divisão. Uma vitória sobre o Bahia por 2×0 e uma estreia convincente. Tínhamos a convicção de que o time iria longe e com galhardia chegaria para fazer história no futebol baiano.

A cada campeonato, o sonho se aproximava. As boas colocações e as presenças nas semifinais nos motivavam a lutar com maior ambição pelo título estadual. Em 2012, fomos eliminados nas semifinais pelo Bahia ao apagar das luzes, no último minuto de um grande jogo em Salvador.

Agora, olhemos um pouco atrás e contemplemos a nossa saga neste Baianão de vitórias e desafios em nossa tão curta, porém, magnânima história. O jogo contra o Bahia de Feira jamais sairá da memória: 2×1 para o time feirense até os minutos finais do segundo tempo. Tínhamos perdido a chance de um empate com a perda de um pênalti.

Mas quis o destino que não fôssemos impedidos de prosseguir na competição como de outras vezes. No futebol, as coisas acontecem assim: em 2008 por um gol não nos garantimos na série C do Brasileiro; em 2012, por um gol ficamos de fora da final; mas, em 2015, por um gol, marcado por nosso defensor, deu-nos oportunidade de continuar progredindo no campeonato: 2×2 contra o Bahia de Feira.

Estávamos mais uma vez na semifinal de um campeonato. Vencemos a disputa contra o Colo Colo e garantimos vaga numa final inédita. E, para completar, logo no primeiro jogo da final, com a casa cheia, derrotamos com méritos o grande Bahia: 3×0! Um jogo para se eternizar na memória dos torcedores. Sonhamos…Torcemos… Fomos para o último jogo decisivo com ampla vantagem. Não deu! Perdemos…lágrimas e mais lágrimas…

A final do dia 3 de maio, na Fonte Nova, não desprestigia o trabalho e a luta incansável de um clube que, em seu próprio nome, já carrega vitórias e conquistas. Pleonasmo? Não, reforço estilístico de linguagem de uma cidade alicerçada sob a égide de grandes vencedores.

Sim, o Vitória da Conquista pode ser considerado um time de vencedores. Por que não? Ficamos em segundo lugar em todo o campeonato. Repito: um fato inédito em nossa breve história. Caros atletas, cabeça erguida. Avante, Vitória da Conquista! Outras finais certamente virão! E com elas o título de campeão indubitavelmente também chegará em algum momento.