Atarde

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Chegou a hora. Começa amanhã, na Terra Brasilis, a Copa das Confederações, torneio de seleções que, inegavelmente, ganhou prestígio e interesse em suas edições mais recentes.

Para nós, aqui em Salvador, também chegou a hora nos depararmos, efetivamente, com o começo das transformações promovidas pelas intervenções na cidade. No entanto, um olhar rápido destinado ao espaço em que vivemos já faz com que a decepção – e a irritabilidade – tornem-se indisfarçáveis.

Nosso metrô continua parado, ao relento, enfrentando a irremediável ação do tempo. Não ganhamos nenhum novo meio de transporte e nenhuma via que viesse facilitar a vida da população foi construída.

Pelo contrário. A única mudança consolidada na nossa rotina foi o bordão “Imagine na Copa”, usado para ilustrar a nossa insatisfação com mazelas que acabarão potencializadas em 2014. O jeitinho, a irresponsabilidade e o descompromisso desafiaram até as determinações da Fifa, tão autoritária e invasiva.

Esta, por sua vez, mostrou que suas exigências implacáveis vão apenas até o que atinge os seus direitos e interesses econômicos. Teremos sim, grande jogos e belas arenas, mas o tal legado, pelo menos na nossa cidade, encerra-se com o novo estádio.

Mas haverá pão quentinho e circo do bom para quem gosta de futebol. O torneio, inegavelmente, promete ser muito bom.

Primeiramente, pela quantidade de ótimos jogadores envolvidos. Durante duas semanas, além de Neymar & Cia., desfilarão pelos nossos gramados feras como Iniesta, Xavi, Balotelli, Pirlo, Cavani, Forlán, Chicarito, entre outros, e mais um punhado de bons valores.

Depois, pela ausência quase total de ‘bobos’ do futebol. Fora o alternativo Taiti – que já desperta o carinho e a simpatia de um monte de gente pelo País – os outros sete participantes têm chances reais de chegar às semifinais sem gerar grande espanto da crítica.

Completa o rol de razões o contexto daquele que considero o primeiro teste real da Seleção Brasileira. Adversários competitivos, estádios cheios, torcedores cuja paciência pode não ter lá muita flexibilidade em caso de fracassos e a inevitável pressão popular pelo título materializam enredo desafiador para Scolari e seus jogadores.

Pensando no Mundial, ganhar a Copa das Confederações pode ser um ótimo começo, mas não vencê-la, certamente, não será o fim. Temos fé, paixão e uma enorme torcida, mas temos um time em construção.