Gazeta Esportiva

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Na quarta-feira, dia 12 de junho, o Brasil começou a contagem regressiva de um ano para o início da Copa do Mundo. Porém, a partir deste sábado, quando a bola rolar no Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF), entre a Seleção Brasileira e o Japão, o País vai ter seu verdadeiro teste de como está para receber a maior festa do futebol mundial.

Desde 2001, a Copa das Confederações tem esse papel de teste para as sedes do Mundial. Além disso, a competição também será um importante laboratório para a equipe de Luiz Felipe Scolari, que precisa convencer a torcida de que pode agradar em 2014.

Quanto à Seleção Brasileira, o treinador teve pouco tempo de preparação, mas a vitória por 3 a 0 sobre a França, em amistoso realizado no domingo passado, animou bastante. O treinador começa a ver os torcedores formarem uma corrente positiva em busca do troféu, inclusive com ilustres participantes.

“Tenho certeza de que os torcedores vão apoiar a Seleção Brasileira, pois ninguém quer ver o Brasil ser derrotado em casa. Acredito em uma Copa das Confederações muito bonita”, disse o Rei Pelé.

Existe também a expectativa em relação à infraestrutura do País para os grandes torneios. Depois de muitas farpas trocadas com autoridades brasileiras, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, elogiou o que viu em sua última visita ao país.

“Estou muito contente por ver verdadeiros estádios de futebol, modernos e funcionais, prontos para receber algumas das melhores seleções do mundo no Festival dos Campeões. Ao longo de todos estes anos em que tenho ido ao Brasil, venho visitando os locais das obras e debatendo os prazos de entrega dos estádios e da infraestrutura que gira em torno dos mesmos. Fico feliz com o resultado disso tudo”, elogiou Valcke.

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O Brasil reservou seis sedes para a disputa da Copa das Confederações, sendo a principal ausência São Paulo, que não conseguiu concluir suas obras a tempo. Assim, os jogos serão disputados em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Fortaleza.
Brasília vai receber apenas o jogo de abertura, entre Brasil e Japão. Porém, a expectativa é de uma grande festa no Estádio Mané Garrincha.
Do Nordeste chegam três sedes. Fortaleza vai receber o segundo jogo do Brasil, contra o México, que será realizado no Castelão. Também será lá uma das semifinais. O terceiro jogo do Brasil, o clássico contra a Itália, será na Fonte Nova, em Salvador (BA). Por fim, o Nordeste também apresenta Recife (PE). A Arena Pernambuco receberá um dos mais esperados duelos, entre Espanha e Uruguai.
Sede de uma das semifinais, Belo Horizonte (MG) traz o Mineirão, uma das arenas mais modernas deste Mundial. Dentre os jogos do estádio está programado também o encontro entre Taiti e Nigéria.
Por fim, a grande casa do espetáculo no futebol brasileiro, o Maracanã, palco da decisão. O Brasil só vai jogar lá se chegar à final. O estádio foi reinaugurado no empate por 2 a 2 entre Brasil e Inglaterra, em amistoso disputado há duas semanas. Lá, acontecerá ainda a grande final da Copa do Mundo no dia 12 de julho de 2014.

Os participantes
A atual edição da Copa das Confederações chega com equipes de ponta e um nível técnico que promete empolgar os torcedores. Mesmo em fim de temporada, os europeus chegam com duas potências: Espanha e Itália. Os dois se juntam a Brasil e Uruguai como os favoritos. Mas surpresas podem acontecer. Conheça um pouco de casa time:
Espanha
Atual bicampeã europeia e campeã mundial, a Espanha chega para a Copa das Confederações como favorita. O técnico Vicente del Bosque, porém, terá a ingrata missão de apostar em uma base envelhecida e que começa a ser questionada depois da queda de rendimento do Barcelona, base da Fúria e um dos principais clubes do país. “Temos uma base que conquistou os principais títulos do mundo, mas agora queremos muito a Copa das Confederações, uma vez que esse título falta para a nossa galeria”, disse Del Bosque.
A principal força do time está no técnico meio-campo, que tem peças como Busquets, Fábregas, Xavi e Iniesta. A defesa não é das mais confiáveis, porém, não chega a ser um problema. O time lidera o ranking de seleções da Fifa.
Time-base: Victor Valdés, Jordi Alba, Piqué, Sergio Ramos e Arbeloa; Busquets, Javi Martínez, Xavi, Fábregas e Iniesta; David Silva.
tália
Oitava colocada no Ranking da Fifa, a Itália chega para esta Copa das Confederações muito respeitada. Após o fiasco na Copa do Mundo de 2010, quando sequer passou da primeira fase, o time se reergueu nas mãos do técnico Cesare Prandelli, que conseguiu dar um tom ofensivo ao time, sem perder em nada seu poderio na marcação.
A Azzurra se classificou para a Copa das Confederações como vice-campeã da Eurocopa, já que a campeã Espanha ganhou o direito de estar no Brasil por causa da conquista da Copa do Mundo. Cesare Prandelli espera uma evolução na equipe, temendo apenas o desgaste.
“Nos preocupa o fato de estarmos no fim da temporada e o desgaste é um grande adversário. Mas meu grupo sonha muito com essa conquista, que seria inédita para nosso país” afirmou Cesare Prandelli.
Se antes as principais apostas da Itália eram seus defensores, como o experiente goleiro Buffon, hoje a força do time está em uma dupla de ataque formada por descendentes de imigrantes: El Shaarawy e Balotelli. Para ditar o ritmo, o consagrado maestro Pirlo comanda o meio-campo.
Time-base: Buffon, Barzagli, Chiellini, Bonucci e Abate; De Rossi, Pirlo, Montolivo e Marchisio; El Shaarawy e Balotelli.
Uruguai
Campeão da Copa América e quarto colocado na última Copa do Mundo, o Uruguai é apenas o 19º colocado no ranking da Fifa. Essa situação é facilmente explicada pela base envelhecida, que inclusive vem passando sufoco nas Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2014. Porém, a Celeste se apega à tradição para tentar brilhar no Brasil.
“Nós vamos colocar sangue em campo, pois o Uruguai não chegou por acaso a esta Copa das Confederações. Conseguimos em campo o nosso direito de disputar e vamos mostrar nossa força”, disse o técnico Óscar Tabárez.
O treinador, porém, não tem só a garra para apostar. O grupo é muito técnico e tem uma linha de frente de fazer inveja, com Lodeiro municiando uma dupla de ataque composta por Suárez e Cavani. Tanto talento que o meia Diego Forlán, considerado o melhor jogador do último mundial, pode ser uma luxuosa arma para o segundo tempo.
Time-base: Muslera, Lugano, Pereira e Cáceres; Godín, Pérez, González e Cristian Rodriguez; Lodeiro, Suárez e Cavani
México
Na 17ª colocação no ranking da Fifa, o México amarga um mau momento. O time atravessa má fase nas Eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2014 e uma campanha ruim na Copa das Confederações pode gerar a queda do técnico José Manuel de la Torre. Porém, o comandante garante que isso não vai influenciar o desempenho de sua equipe no Brasil.
“Não estou preocupado com os resultados que tivemos e sim no que podemos evoluir para fazer uma grande competição no Brasil”, afirmou José Manuel de la Torre.
Apesar da realidade atual, o time é muito forte tecnicamente e conta com jogadores que atuam em grandes clubes da Europa, como o atacante Chicharito Hernández, do Manchester United, da Inglaterra.
Time-base: Jesús Corona, Severo Meza, Javier Rodríguez, Héctor Moreno, Jorge Torres Nilo e Carlos Salcido; Jesús Zavala, Javier Aquino e Andrés Guardado; Giovani dos Santos e Chicharito Hernández.
Nigéria
A Nigéria está na Copa das Confederações por ter conquistado a Copa Africana de Nações. O técnico Stephen Keshi vem ganhando elogios por ter recuperado o estilo técnico que encantou o país no início da década de 90, mas que se mostrou ineficiente em termos de título. Dessa vez, a alegria já veio acompanha de uma conquista continental e o sonho agora é brilhar em termos internacionais.
“Podemos surpreender quem está excluindo a Nigéria da lista de times que podem fazer bonito. Acredito que podemos passar de fase, que é a nossa prioridade”, disse Stephen Keshi, que dirige a 31ª colocada no ranking da Fifa.
O time é jovem e não conta com grandes estrelas. Além disso, a Nigéria foi envolvida em uma confusão, pois os jogadores ameaçaram não disputar o torneio, em função de divergências na premiação. O destaque da delegação é o meia Obi Mikel, do Chelsea, responsável por dosar o ritmo da equipe.
Time-base: Enyeama, Godfrey Oboabona, Omeruo e Efe Ambrose; Obi Mikel, Sunday Mba, Jonh Ogu, Emeka Eze e Fegor Ogude; Brown Ideye e Ahmed Musa.
Japão
Surpreender. Essa é a missão do Japão nesta Copa das Confederações. O time dirigido pelo técnico italiano Alberto Zaccheroni, porém, chega credenciado não apenas por ter conquistado a Copa da Ásia. Isso porque o país se tornou o primeiro, e único até o momento, a conquistar em campo a classificação para a Copa do Mundo do próximo ano. Feito que faz seu comandante pedir respeito.
“Não viemos ao Brasil passear e quem duvidar de nossas intenções vai ter uma desagradável surpresa. Não estamos aqui de favor. Fazemos parte da festa e queremos fazer a festa”, disse o treinador.
O destaque da companhia é o meia Shinji Kagawa, do Manchester United. Porém, o dono do time continua sendo o experiente meia Endo, o grande líder do elenco, 32º colocado no ranking da Fifa.
Time-base: Kawashima; Uchida, Yoshida, Konno e G. Sakai; Hasebe, Hosogai, Kagawa, Endo, Nagatomo; Honda.
Taiti
O Taiti é apontado como a seleção mais fraca da competição. Muitos duvidam que consiga marcar um gol, e fazer um ponto seria algo histórico. Porém, isso é o que menos importa para a equipe, que conseguiu o direito de chegar ao Brasil por ter conquistado o título da Copa das Nações da Oceania. Na verdade, os taitianos estão preocupados em curtir da melhor maneira possível este sonho.
“Jamais poderíamos imaginar há alguns anos que estaríamos no Brasil. Mas conseguimos esse sonho e agora temos de aproveitar. A alegria será a nossa grande arma dentro de campo”, disse o técnico Eddy Etaeta, que dirige a seleção 143º do ranking da Fifa.
A equipe é praticamente formada por jogadores amadores. O único profissional do grupo é o atacante Mahama Vahirua, que rodou o futebol francês defendendo clubes como Nantes, Monaco e Nancy, mas que agora atua na Grécia.
Time-base: Roche; Ludivion, Kugogne, Tauraa Marmouyet e Tehau; Vallar, Vero, L. Tehau e A. Tehau; S. Atani e S. Chong Hue.

Seleção Brasileira
Reconquistar a confiança da torcida e mostrar que pode encarar times que estão mais entrosados, como a Espanha. São alguns dos principais desafios da Seleção Brasileira dirigida por Luiz Felipe Scolari. Ele assumiu o cargo há menos de seis meses, assim como o coordenador Carlos Alberto Parreira. Porém, a dupla carrega o feito de ter conquistado os dois últimos títulos mundiais do time canarinho. “Sabemos o que estamos fazendo, e o Brasil chega para disputar o título, como sempre. A Seleção Brasileira nunca pode ser descartada e peço à torcida que esteja conosco”, disse Felipão.
Apesar de estar apenas na 22ª posição no ranking da Fifa e ter sido eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010, a Seleção Brasileira tem bom retrospecto em Copas das Confederações, sendo a maior vitoriosa, com três conquistas. O Brasil, inclusive, é o atual bicampeão.
Estrelas não faltam. A zaga tem a dupla composta por Thiago Silva e David Luiz. Os laterais Daniel Alves e Marcelo apoiam bastante, protegidos por Luiz Gustavo, que permite inclusive os avanços do volante Paulinho. Oscar tem a missão de municiar uma dupla de ataque que tem Neymar e Fred. Os mais contestados são o goleiro Júlio César, visto como um dos vilões de 2010, e Hulk, que ainda não brilhou o suficiente para conquistar o carinho da torcida.
Time-base: Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar e Hulk; Neymar e Fred.
Histórico de campeões
A primeira seleção que foi campeã da Copa das Confederações foi a Argentina, que ergueu a taça em 1992. Naquela ocasião, a Copa do Rei Fahd não contava com prestígio nenhum, tanto que a Europa sequer enviou representante. Na decisão do torneio, que teve apenas quatro participantes, os argentinos fizeram 3 a 1 nos anfitriões árabes. Resultado justo para quem mais valorizou o torneio, mandando inclusive nomes de ponta, como o volante Fernando Redondo e os atacantes Claudio Caniggia e Gabriel Batistuta.
Três anos depois, a Argentina foi novamente finalista, mas, fragilizada pela má campanha na Copa do Mundo dos Estados Unidos, quando foi eliminada pela Romênia nas oitavas de final, a equipe sul-americana não foi páreo para a Dinamarca, que, comandada pelos irmãos Michael e Brian Laudrup, fez 2 a 0 na decisão.
Ainda na Arábia Saudita, mas já sob o nome de Copa das Confederações, o torneio de 1997 marcou o primeiro título da Seleção Brasileira. Naquela ocasião o time dirigido por Zagallo não teve dificuldades para humilhar a Austrália na decisão, com uma goleada por 6 a 0. O volante e capitão Dunga fazia parte do grupo, que ficou marcado por ter raspado os cabelos. Ronaldo e Romário brilharam na final, marcando três gols cada um.
Em 1999, já sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Brasil foi derrotado pelo México na final, por 4 a 3. Os mexicanos fizeram prevalecer o mando de campo e a força de sua torcida. O Brasil enviou um time misto, com atletas que disputariam os Jogos Olímpicos do ano seguinte, na Austrália. Dentre seus atletas, estava o que foi eleito o melhor da competição, Ronaldinho Gaúcho.
Nos anos de 2001 e 2003, a França assumiu o poder da Copa das Confederações, ganhando o bicampeonato. A edição de 2001 foi marcada pela queda do técnico da Seleção Brasileira, Emerson Leão, que acreditou na promessa da diretoria da CBF, dizendo que o torneio não seria levado em consideração. Leão não pôde convocar estrelas que atuavam no exterior e nem os de clubes brasileiros envolvidos nas fases decisivas da Copa do Brasil e da Copa Libertadores. Fiasco total, e Leão demitido.
Já em 2003, a mais triste edição da história, vencida pela França, que superou Camarões por 1 a 0 na final. O meia camaronês Marc-Vivien Foe teve uma parada cardíaca na partida contra a Colômbia e morreu.
Em 2005, o torneio foi na Alemanha. A Seleção Brasileira, comandada por Carlos Alberto Parreira, teve um início complicado, mas viu Adriano brilhar nas semifinais, na vitória por 3 a 2 sobre os anfitriões. Na decisão, um show canarinho, com direito a goleada por 4 a 1 sobre a rival Argentina.
A última edição, em 2009, foi disputada na África do Sul. A tão esperada final entre Brasil e Espanha não aconteceu, uma vez que os espanhóis ficaram pelo meio do caminho, sendo eliminados pelos Estados Unidos nas semifinais.
Na decisão, os norte-americanos deram um susto nos brasileiros, fazendo 2 a 0 no primeiro tempo. Porém, na volta depois do intervalo, o time comandado por Dunga conseguiu uma incrível virada com gols de Luis Fabiano (2) e Lúcio. Daquele grupo, seguem na Seleção Brasileira sob o comando de Felipão apenas o goleiro Júlio César e o lateral direito Daniel Alves.