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Disputar um Mundial Sub-20 não é, nem de longe, garantia de sucesso na Seleção principal. E os números comprovam. Dos 244 jogadores utilizados pelo Brasil até 2011, apenas 33 foram para a Copa do Mundo, cerca de 10,2% do total. O número é inferior ao da Argentina, único país que supera os brasileiros em conquistas do torneio, que teve 38 em 240 jogadores convocados (15% do total).

Entre os destaques, estão os tetracampeões mundiais Taffarel, Jorginho, Dunga, Bebeto, Leonardo e Müller, e os pentacampeões Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Luizão e Denílson. Há também, nas listas, jogadores que não disputaram Copas do Mundo, mas tiveram sucesso.

Três dos jogadores mais importantes revelados pelo futebol brasileiro nos últimos 30 anos não participaram do Mundial Sub-20: Romário, Ronaldo e Neymar. O primeiro foi cortado da edição de 1985 por indisciplina, e os outros dois já defendiam a seleção principal antes dos 20 anos e ficaram de fora por opção.

Entre os que disputaram, há também jogadores que não foram convocados para Copas do Mundo, mas fizeram muito sucesso em clubes. A lista, extensa, tem nomes como Alex, Fernandão, Paulo Nunes, Marcelinho Carioca, Pedrinho, Bismarck, Sandro e Ganso, entre outros. Na Seleção que disputa a Copa América, sete jogadores participaram do Mundial Sub-20: Jefferson, Daniel Alves, David Luiz, Filipe Luís, Fernandinho, Casemiro e Diego Tardelli. Da equipe campeã mundial sub-20 em 2011, apenas Oscar disputou a Copa do Mundo de 2014.

O número é pequeno e deixa duas impressões: a primeira, otimista, é de que jogadores surgem aos montes no Brasil e não necessariamente estão maduros aos 20 anos, ou não foram vistos por estarem em times pequenos. É o caso, por exemplo, de Thiago Silva, que atuava no RS Futebol em 2003, quando tinha idade para o torneio. O segundo, preocupante, é que a integração entre base e profissional da Seleção tem sido quase inexistente nas últimas quatro décadas. E só um trabalho contínuo de muitos anos pode mudar essa realidade.