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Vaga temporária? Trabalhar como técnico no Brasil não é garantia de contratos longos na elite do futebol. Em média, um treinador fica pouco mais de seis meses no cargo. A partir de um recorte com quase 900 trabalhos, o GloboEsporte.com traçou um panorama do ciclo de vida da profissão por meio de análise das passagens de comandantes por 21 clubes desde 2003, quando o Brasileirão começou a ser disputado por pontos corridos.

Algumas passagens puxam a média para cima, enquanto outras para baixo. Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o São Paulo, é o maior recordista de tempo de trabalho no país: 1264 dias ou 42 meses. Do outro lado, o ex-técnico Mário Sérgio, vítima no acidente da Chapecoense em 2016, teve a passagem mais relâmpago de todas: no Botafogo, em 2007. Ele ficou apenas nove dias no cargo. Atualmente, quem está mais perto de quebrar a escrita de Muricy é Mano Menezes. O técnico do Cruzeiro está há dois anos e três meses à frente da Raposa.

O clube mineiro ganha ênfase quando o assunto é rodar poucos nomes e confiar mais tempo de trabalho aos donos da prancheta. É o clube com menos trocas de comandantes nos últimos 16 anos: apenas 27. Corinthians e Grêmio são outros dois clubes com menos mudanças: 30 e 31, respectivamente.

Na outra ponta estão as equipes que preferem renovar o trabalho quando o resultado não vem. Bahia e Atlético-PR trocaram 63 vezes de comando e Vitória, 60. Paulo Autuori (2016-17) é o dono da marca de maior tempo de trabalho no Furacão – 15 meses. Com o mesmo tempo, Vagner Mancini é o recordista do Leão. Pelo Tricolor, Arturzinho ficou um ano e tem o melhor número do clube baiano.

Quando o assunto é levantar o caneco, três clubes merecem os holofotes: Internacional, Corinthians e Cruzeiro. O Colorado é o grande multicampeão da era dos pontos corridos: 17 títulos. Na galeria há conquistas de relevância como duas Libertadores, um Mundial e uma Sul-Americana, dentre outros.

Já Corinthians e Cruzeiro conquistaram três troféus a menos que o clube gaúcho. No Timão, vale ressaltar o Mundial sobre o Chelsea, a Libertadores sobre o Boca Juniors e três Brasileiros (2005, 2011 e 2015). Pela Raposa, a tríplice coroa com Luxemburgo (Brasileirão, Copa do Brasil e Campeonato Mineiro no mesmo ano), o bicampeonato brasileiro com Marcelo Oliveira e o bicampeonato da Copa do Brasil com Mano Menezes são os destaques do período.