Globo Esportes

São exatos 40 anos desde que a prática do futebol feminino, ainda em 1979, foi liberada por lei no Brasil – desde 1941, o Decreto-Lei 3199, do governo de Getúlio Vargas, proibia a “prática de esportes incompatíveis com a natureza feminina”. Sete anos depois do fim do impedimento, a Seleção Brasileira feminina entrava em campo pela primeira vez, em 1986 – num confronto amistoso com os Estados Unidos. E após décadas de promessas de incentivo, a lei, enfim, se coloca a favor das mulheres no futebol. A partir deste ano, todos os 20 participantes da Série A do Brasileiro precisarão se enquadrar no Licenciamento de Clubes da Confederação Brasileira de Futebol e, por obrigação, manter um time de futebol feminino – adulto e de base.

A menos de quatro meses do início da competição, o GloboEsporte.com entrou em contato com todos os clubes que estarão sujeitos às regras. E, assim, foi traçado o panorama do processo de estruturação da modalidade e detalhada a situação das equipes.

Das 20 equipes que disputarão a Série A de 2019, 13 clubes precisam – e ainda precisarão – se mexer para atender às regras. Um total de 65%. Isso porque apenas sete já mantinham a modalidade estruturada antes. Cada um sob diferentes condições, desde a montagem de forma independente a parcerias que exigem do clube apenas a liberação do estádio para jogos. Mesmo já adequados ao regulamento, três deles – Grêmio, Internacional e Vasco – preveem avanços para a modalidade: profissionalizar o elenco por completo.

Na elite do Brasileiro, vale ressaltar, o clube que mantém uma equipe feminina em atividade e de forma contínua há mais tempo é o Santos. O time é o atual vice-campeão da Libertadores e funciona há quatro temporadas (2015 a 2018). No comando está a técnica Emily Lima, primeira mulher à frente da Seleção Brasileira Feminina – cargo que exerceu de novembro de 2016 a setembro de 2017.

A Série A será a única do Brasileiro a exigir o futebol feminino? Por enquanto, sim. A previsão inicial era de que as Séries B, C e D precisassem atender às mesmas exigências de forma gradativa nos anos seguintes – em 2020, 2021 e 2022, respectivamente. Mas a CBF ainda não definiu os prazos de forma oficial.