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O período de paralisação do futebol não tem deixado a técnica da seleção brasileira feminina, Pia Sundhage, inativa. Enquanto trabalha remotamente no planejamento e nas observações táticas sobre a equipe para os próximos meses, a treinadora sueca participou nos últimos dias de encontros com jogadoras e membros da comissão técnica de times do País. Ainda teve o seu trabalho no futebol internacional reconhecido com uma premiação na Suécia.

Convidada, Pia e suas auxiliares se encontraram, ainda que virtualmente, com as equipes do Internacional e da Ferroviária na semana passada para uma conversa sobre o futebol feminino. A treinadora sueca estava acompanhada das auxiliares Lilie Persson, em uma dessas reuniões, e de Beatriz Vaz, em ambos, sendo que esta também auxiliou na tradução das falas durante as videoconferências.

Em uma das respostas durante o bate-papo com as jogadoras da Ferroviária, Pia destacou o desafio único que tem sido dirigir o Brasil, ainda que possua um vasto currículo – antes, ela comandou as seleções da Suécia e dos Estados Unidos, tendo conquistados duas medalhas de ouro olímpicas, em 2008 e 2012, e uma prata, em 2016, além do vice-campeonato mundial em 2011.

“Precisamos entender o estilo que jogamos, que maneira o futebol brasileiro vem jogando. Posso trazer a mentalidade vencedora das americanas e a organização das suecas, mas não posso tirar o que as brasileiras têm de melhor. Precisamos entender isso e passar a informação da melhor maneira para que as atletas consigam ter o melhor aproveitamento. E entender que a sua responsabilidade é para trazer o melhor para o grupo. O fundamental é pensar no grupo”, afirmou Pia, durante a videconferência de 1 hora e 30 minutos com as atletas da Ferroviária.

Além de realizar comentários sobre modelos táticos, estilo de jogo e o cenário da modalidade, a treinadora e suas auxiliares também abordaram a necessidade de as atletas se manterem motivadas, mesmo com o cenário de incerteza sobre o futuro das competições. E lembrou, para isso, a realização da Olimpíada no próximo ano. Ambas as equipes possuem jogadoras entre as convocáveis de Pia, como Aline Milene e Luciana, da Ferroviária, e Bruna Benites e Fabiana, no Internacional.

“O que mais foi ressaltado por ela, não só nessa conversa que nós tivemos aqui com a equipe do Internacional, mas algo que ela ressalta sempre entro da própria seleção, é que todas as jogadoras do futebol feminino brasileiro têm uma qualidade técnica elevada, diferente de qualquer outra jogadora no mundo”, afirma Bruna Benites, capitã do Inter.