Atarde

A Série A1 (primeira divisão) do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino deverá ser retomada em 26 de agosto. A informação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, em entrevista ao jornal O Globo foi confirmada à Agência Brasil pelo supervisor de competições de futebol feminino da entidade, Romeu Castro.

O torneio foi suspenso em 15 de março por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19), restando três jogos para encerramento da quinta rodada. A previsão é que as partidas entre Internacional e Flamengo, Santos e Audax e Corinthians e Ferroviária ocorram em 26 de agosto, com a sexta rodada iniciando três dias depois.

Os times ainda não reiniciaram os treinos presenciais, mas é certo que o cenário para o retorno de alguns é bem diferente de outros. São Paulo, Corinthians e Palmeiras, por exemplo, foram pouco afetados. O Tricolor continua com todas as jogadoras. O Timão só perdeu a atacante Millene, que estava emprestada pelo Wuhan Xinjiyuan, da China, mesmo clube que cedeu a centroavante Bia Zaneratto ao Verdão, que, além de manter o elenco, não precisou reduzir salários e negocia com os chineses para Bia permanecer até o fim do Brasileiro.

O Iranduba, por outro lado, vive dificuldades financeiras que se agravaram durante a pandemia. O time amazonense afirma que a principal patrocinadora, a empresa britânica Vegan Nation, não está honrando os compromissos e está atrás de um novo apoiador. “Já tinha perdido quatro atletas antes do jogo com o Cruzeiro [no dia que antecedeu a suspensão do torneio]. Depois perdi mais duas e, provavelmente, perderei mais uma. A situação está difícil”, descreve à Agência Brasil o diretor do Iranduba, Lauro Tentartini, que considera que é cedo para prever um retorno.

Ele avalia, também, que a volta do campeonato deve ser encarada com cuidado. “Não estou fazendo uma crítica direta à CBF, que realiza um grande trabalho no futebol feminino, mas nessa situação excepcional da pandemia eu penso diferente. Na maioria dos clubes, as atletas ficam em alojamento [em torno de 20 atletas, mais a cozinheira que vai todo dia fazer comida para elas]. [Sobre] o transporte, poucas atletas têm carro. Então, elas vão no mesmo veículo. O risco de contaminação é maior que no futebol masculino. Há times que não podem manter planos de saúde. O Iranduba é um que, devido ao problema com o patrocinador, está com o plano cortado”, argumenta.