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O Campeonato Paulista recomeça na quarta-feira com elencos enfraquecidos, clubes com dificuldades financeiras e o risco de ações trabalhistas. Um dos exemplos deste impacto é o Santos. Somente nos últimos dias o goleiro Everson e o atacante Eduardo Sasha entraram na Justiça para se desvincular da equipe por acumularem meses de atraso salarial, uma situação que por causa da pandemia pode se tornar ainda mais comum entre os times.

A Lei Pelé permite que os jogadores encerrem o contrato em vigor com o clube caso exista um atraso salarial total ou em parte de pelo menos três meses. Essa condição permitiu aos dois santistas se movimentarem para procurarem outra equipe. Procurado pela reportagem, o Santos não se manifestou sobre o tema. Há o risco de mais jogadores do elenco pedirem para sair. E a situação de atrasos se repete também em outros grandes do futebol paulista: Corinthians e São Paulo.

Segundo especialistas ouvidos pelo Estadão, os efeitos econômicos da pandemia e a política dos times em reduzir os salários deve fazer com que casos parecidos ao do Santos apareçam. “Nós já temos informações de times que não fizeram reduções salariais ou suspensão contratual da maneira correta, mas sim em um processo atropelado, só com um comum acordo entre as partes e sem encaminhar nada ao governo”, avisou o advogado do Sindicato de Atletas de São Paulo (Sapesp), Guilherme Martorelli.