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Longe dos holofotes e dos protocolos de testagem do meio profissional, a bola também volta a rolar em palcos menores e para menores: as escolinhas de futebol. Em São Paulo, por exemplo, empresários e professores montaram uma comissão representativa do setor para pleitear uma autorização junto aos governos e retomar as aulas em meio à pandemia do novo coronavírus.

As escolas esportivas não estão especificadas em nenhuma das diretrizes da Prefeitura de São Paulo ou do governo estadual, por isso a volta foi meio aos trancos. Algumas escolinhas já reabriram, confiando em protocolos próprios e no apoio jurídico de advogados particulares. Para diminuir o risco, prometem aulas diferentes: alunos separados, grama descontaminada e totens de álcool em gel à disposição.

A cidade de São Paulo sozinha tem 450 escolas de futebol para crianças e adolescentes. Ou ao menos tinha, antes da pandemia. Ainda não se sabe ao certo quantas, mas algumas não suportaram a crise financeira que acompanhou a paralisação. Foi mais ou menos o caso da Rivellino Sport Center, que leva o nome do craque da seleção brasileira e deixou de funcionar após 30 anos de atividade.

Os donos das escolas calculam queda de 70% das receitas, o que em parte explica a agilidade para retomar as aulas. Eles calculam que as quadras empreguem cerca de 5 mil funcionários na capital paulista e argumentam que, sem receita, os profissionais ficam desamparados. Neste esforço, elaboraram um protocolo próprio e consultaram advogados para tentar se cercar juridicamente e voltar às aulas.

Boa parte das escolinhas em São Paulo reabriu na semana passada, confiando que a cidade já passou pelo pior da pandemia, mas a discussão também se espalha por outros estados. Mas, afinal, é a hora de reabrir? A decisão está longe de ser unanimidade no setor.