Globo Esportes

Em consequência da Covid-19, nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro deste ano foram disputados quatro jogos a menos do que no ano passado (menos 10%), mas ainda assim, explodiu o número de cartões para membros das comissões técnicas: de quatro em 2019 para 13 neste ano, um salto de 225%. Sem torcida nos estádios, a equipe de arbitragem sabe de onde vêm os xingamentos e protestos, e está com os ouvidos muito mais sensíveis ao que se diz no banco de reservas.

– Não há nenhuma determinação para ser mais ou menos rígido com o banco. O grande fator é mesmo a ausência de público, que torna tudo muito mais audível. A única orientação é que o quarto árbitro não entra mais em conflito com o banco. Quem cuida da disciplina é o árbitro central, e o que a regra diz é que se um grito não é identificado, o cartão deve ser aplicado ao treinador, que é o responsável pelo banco. É o que diz a lei. Em quatro rodadas, os árbitros não são o maior assunto da competição, e isso é muito bom para o futebol – disse o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba.

O rigor dos árbitros nas três primeiras rodadas parece ter surtido efeito: na rodada #4, não houve cartão para esses profissionais. No jogo Sport 0 x 1 Santos houve um cartão para o banco de reservas, mas a súmula aponta ter sido para o atacante Ronaldo.

– A CBF e o árbitros precisam tomar uma atitude para cortar isso agora, no início do campeonato. Se continuar do jeito que está, nas rodadas finais será insuportável essa guerra entre árbitros e comissões técnicas – afirmou o comentarista de arbitragem do esporte da Globo Sálvio Spinola.

Dentro de campo, com 10% menos jogos disputados até agora, o número de cartões amarelos cresceu apenas 7% em relação às quatro primeiras rodadas de 2019, evidenciando o aumento do rigor com alta de 225% nas punições às comissões técnicas.

Entre os treinadores, Fernando Diniz, agora no São Paulo, foi o único a levar cartão amarelo tanto no ano passado quanto nas quatro primeiras rodadas. Em 2019, além dele, Mano Menezes e Cuca foram advertidos; neste ano, Dorival Júnior, Jorge Sampaoli e Guto Ferreira. O técnico Tiago Nunes, do Corinthians, foi o único expulso, na partida contra o Grêmio pela terceira rodada.