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A direção da Fifa quebra a cabeça para definir o que fará com o Mundial de Clubes que (ainda) está marcado para dezembro no Qatar. O Bayern de Munique, com o título da Liga dos Campeões neste domingo (23), se juntou ao Al-Duhail, campeão qatariano, como classificado para um torneio que ninguém sabe se acontecerá.

O problema é mais complexo do que se imagina: marcado para dezembro, o que seria a última edição do Mundial no formato com sete times não terá todas as equipes classificadas. A Libertadores, por exemplo, só terminará no fim de janeiro e não terá representante a indicar. Ligas das Américas do Norte e Central e da Oceania também têm seus torneios indefinidos até o momento.

A Fifa não pode simplesmente cancelar o Mundial por questões comerciais: há um contrato assinado com o grupo chinês de venda online Alibaba até 2022 para patrocínio exclusivo. A edição 2020 consta no acordo e seria a última no formato atual, dando espaço para o super Mundial projetado pela Fifa, com 24 clubes, que seria em 2021 na China, mas já adiado por causa da pandemia do coronavírus.

Março é um mês trabalhado, mas dependeria do calendário particular de cada confederação, o que torna a operação complexa. O Brasil, por exemplo, estaria no pós-Brasileiro com os principais jogadores dos times da elite provavelmente em descanso. Como emendariam um Mundial, caso tenham vencido a Libertadores em janeiro?

Jogar para o final de 2021 gera dois problemas: o primeiro que acumularia dois campeões de cada confederação, contando claro que o ano de 2021 terá um calendário normal devido à Covid-19. O segundo é que a Fifa já marcou para o Qatar um torneio de seleções em dezembro de 2021, evento-teste para a Copa do Mundo de 2022 que será no país do Oriente Médio.

Dos seis torneios continentais que classificam para o Mundial, três definiram datas para finalizá-los após a paralisação por causa da pandemia: Europa (neste último domingo), Ásia (5 de dezembro) e África (setembro). Todas portanto terminariam a tempo de se jogar o Mundial do Qatar-2020, previsto para começar em 9 de dezembro. Essas confederações decidiram regionalizar as partidas restantes, ou seja, usar sedes fixas, algo que a Conmebol descartou porque ainda restam muitos jogos para o fim da Libertadores.