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A Fifa teve um prejuízo de US$ 683 milhões (R$ 3,7 bilhões) em 2020 — em 2019 a federação perdeu US$ 185 milhões (R$ 1 bilhão). A pandemia, que fez a entidade cancelar campeonatos e enviar socorro financeiro aos filiados, derrubou em US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) as receitas: total arrecadado caiu de US$ 765 milhões (R$ 4,18 bilhões) em 2019 para US$ 266 milhões (US$ 1,45 bilhão) em 2020.

Antes mesmo da pandemia, a entidade já previa prejuízos entre 2019 e 2021 — a covid-19 piorou muito esses números. A Fifa trabalha por ciclos financeiros de quatro anos, justamente os períodos entre a sua galinha de ovos de ouro, a Copa do Mundo. Com lucro estimado para 2022 de US$ 1,52 bilhão (R$ 8,3 bilhões), por causa do Mundial do Qatar, a previsão da entidade é mesmo com a pandemia fechar o ciclo 2019-2022 com lucro de US$ 100 milhões (R$ 546 milhões) — o valor final pode mudar com impostos.

Em 2019 a Fifa arrecadou, por exemplo, US$ 342 milhões com direitos de transmissão de seus eventos. Em 2020, quase sem nenhuma competição, esse valor caiu para US$ 1,7 milhão. Já a receita da venda de pacotes de hospitalidade e de ingressos para campeonatos, que em 2019 rendeu US$ 7,9 milhões, em 2020 foi de zero. Houve cancelamento de torneios de base femininos, as Copas sub-17 (na Índia) e sub-20 (na Costa Rica), que ocorrerão só em 2022, além do Mundial de Futsal, que foi adiado para 2021 na mesma sede, a Lituânia.

O Mundial de Clubes do Qatar, que deveria ser realizado em dezembro de 2020, renderia à Fifa US$ 23 milhões em receitas (com venda de ingresso e parcelas dos direitos de transmissão e comerciais). O adiamento para fevereiro de 2021 fez com que não entrasse um centavo na conta da entidade no ano passado. Houve também o cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que passou para 2021, do qual a Fifa participa como organizadora do futebol masculino e feminino, recebendo parte das receitas.

O rombo foi até um pouco inferior do que a entidade previa em junho de 2020, já com a pandemia afetando o futebol. Relatório da época apontava para um prejuízo de US$ 794 milhões (R$ 4,3 bilhões).