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O início de temporada reservou o maior duelo entre Flamengo e Palmeiras nesta era em que ambos são os principais polos do futebol e brigam pela hegemonia nacional. E, pela Supercopa do Brasil, teve de tudo em um jogo elétrico e histórico, marcado pelo título do Flamengo conquistado através dos pênaltis, após empate em 2 a 2 – com gols de Raphael Veiga (2), Gabigol e Arrascaeta – no tempo regulamentar. O placar das penalidades foi de 6 a 5, após nada mais nada menos que 18 cobranças.

Esperávamos um jogo a 220 volts. E a carga atingiu o aguardado já no primeiro lance de ataque. O Palmeiras abafou a saída do Flamengo, e, após ganhar a bola alçada por Diego Alves, teve em Rafael Veiga um protagonista de um gol de placa. O meia girou diante do Arão após tocar a bola estando de costas; frente a frente ao goleiro, bateu de trivela e não perdoou: 1×0 com 1′.

O jogo não deu oportunidades para o torcedor pegar um água. Almoçar, então, esqueça. O ritmo acelerado foi a tônica dos dois times, que, tensos e esbravejando com a arbitragem a cada instante, conseguiram criar chances até em uma quantidade atípica para uma final.

Aliás, todos os temperos de decisão estavam no mise en place . Expulsão? Teve: Abel Ferreira foi expulso quando o jogo estava empatado por reclamação. Polêmica com VAR? Teve: Isla cometeu falta próximo da área, em lance que, a princípio, Leandro Vuaden apitou falta dentro da área, mas recuou depois de alerta. Lance memorável? Teve: Diego tirou a bola em cima da linha, e de letra (!), em tentativa de Breno Lopes, que chegou a driblar Diego Alves.

O Flamengo empatou e virou ainda no primeiro tempo. O gol de empate surgiu num período em que o Palmeiras travava a saída do rival com faltas em profusão. Filipe Luís fez a diferença em jogada individual, entrou rabiscando a zaga e acertou a trave; no rebote, gol do Gabigol, o 74º do agora artilheiro isolado do clube no século XXI.

A partida seguia aberta, franca. O reativo Verdão não deixou de incomodar Diego Alves. Mas o Flamengo, que não conseguia desenvolver o seu jogo impositivo, arrumou um espaço com o talento de Arrascaeta. O uruguaio cortou para dentro, da meia-lua, e finalizou com visão e classe: sem chance para Weverton. A virada ocorreu aos 48 minutos do intenso primeiro tempo.

PALMEIRAS ENSAIOU, ENSAIOU… E EMPATOU

O Palmeiras não titubeou. Veio para a etapa final com duas alterações, ambas na cabeça de área (Menino e Danilo entraram nas vagas de Felipe Melo e Zé Rafael). O time credenciado via Copa do Brasil passou a encurralar o Fla e a encontrar boas soluções para chegar à área e incomodar Diego Alves.

De tanto martelar, chegando por diversas caminhos e encontrando um Fla com o meio num mau dia, Rony sofreu pênalti cometido por Rodrigo Caio (puxão) e permitiu que Veiga empatasse o então justo marcador: 2×2.

PENAIS PELA TAÇA (QUE JOGO!)

O jogo permaneceu elétrico e destinou dois lances inacreditáveis envolvendo Weverton e linha de sua meta, ambas na reta final: uma em chute de Vitinho, a bola beijou a trave, e o goleiro beijou a bola (sim, literalmente); depois, praticamente na jogada derradeira, Gabigol chutou e a bola desfilou sobre a linha, mas o arqueiro foi buscar (VAR chegou a analisar). Nada… Os penais tiveram que decidir o memorável confronto.

Nas cobranças, que não ocorreram sem antes de uma confusão entre as delegações fora de campo, o Flamengo levou o título pela segunda vez consecutiva tendo Rodrigo Caio na cobrança final. Diego Alves ainda defendeu três pênaltis, brilhou e terminou como protagonista.

HEGEMONIA MANTIDA

Antes de a bola rolar, o Palmeiras não vencia o Flamengo desde novembro de 2017 – eram seis confrontos, com três vitórias rubro-negras e três empates. E seguiu sem vencer. O Flamengo ampliou a respeitável sequência, desta vez com um duelo emocionante e de imensa magnitude.
Fonte: Esporte – iG @ https://esporte.ig.com.br/futebol/2021-04-11/bicampeao-flamengo-supera-palmeiras-nos-penaltis-e-conquista-a-supercopa.html