Fifa critica polêmica com Brasileirão de 2013 e pede esclarecimentos à CBF
Ibahia
A Fifa está insatisfeita com a polêmica que envolve o Campeonato Brasileiro de 2013 e o destino dos clubes que serão rebaixados para a Série B. A entidade declarou nesta quinta-feira (16) que não tolera o uso da Justiça comum para resolver questões esportivas.
Em entrevista ao site ESPN.com.br, a Fifa informou que já solicitou esclarecimentos à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Irritados com a situação, membros da entidade querem saber se será necessário que haja uma intervenção no futebol brasileiro para resolver o imbróglio que envolve Portuguesa, Fluminense, Flamengo e Vasco.
“A questão (do tapetão) é um problema interno e, portanto, deve ser resolvido pelas autoridades competentes da CBF. No entanto, sobre arbitração desses conflitos, é necessário sempre se referir aos artigos 66 e 68 do estatuto da Fifa”, disse David Noemi, porta-voz da Fifa.
De acordo com o artigo 66, a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, deveria ser a única entidade capaz de resolver conflitos envolvendo times de futebol, já que é a única reconhecida pela Fifa. Além disso, o artigo 68 proíbe o uso da Justiça comum para resolver pendências como as do Brasileirão de 2013.
“Entrar com recurso na Justiça comum é proibido, a não ser que o caso específico tenha sido avaliado pela Fifa. Entrar com recurso na Justiça comum para a obtenção de medidas provisórias também é proibido. A Associação de futebol no país deve inserir em seus estatutos e regulações uma cláusula proibindo que se leve disputas na Associação, ou envolvendo a Liga, times, jogadores e árbitros, para a Justiça comum, a não ser que a Fifa dê autorização para tal”, diz o artigo.
Até o momento, duas liminares concedidas pela Justiça comum fazem com que a situação dos clubes brasileiros continue indefinida. Na última sexta (10), um juiz ordenou que a CBF devolvesse à Portuguesa e ao Flamengo os quatro pontos retirados por escalações irregulares. Cinco dias depois, um magistrado ordenou que a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva fosse mantida.