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A CBF divulgou nesta terça-feira os grupos e a tabela básica da Série D. Até aí nada demais, uma vez que está tudo dentro do previsto, depois da entidade ter feito o mesmo com as três divisões acima. Mas o que chamou a atenção foi o fato de, desta vez, a competição ser menos rigorosa com a regionalização. E, claro, da presença de homônimos de grandes times do Brasil e do mundo.

Para começo de conversa, vamos ter Fla-Flu logo na primeira fase. No caso, é o Flamengo-PE enfrentando o Flu de Feira, que estão no Grupo A8. Fora isso, a Série D ainda conta com um Santos (do Amapá), um Atlético (capixaba) e um Inter (de Santa Catarina). Isso para não falar de “gigantes europeus”, como Barcelona e Real (ambos de Rondônia) e o Sparta (de Tocantins).

O Nordeste é a região do país com mais times na Série D. São 22 entre os 68 participantes. Entre eles, alguns que já chegaram até a disputar o Brasileirão da Série A – casos de Ferroviário, Moto Club, Central de Caruaru, Sergipe, Itabaiana, Flu de Feira, Campinense e Treze. O América-RN, por sua vez, foi o último entre os nordestinos da Série D a disputar pela última vez a divisão principal do futebol brasileiro – isso em 2007, quando acabou rebaixado e iniciou uma queda que culminou com a estada na Quartona.

Além dos nordestinos, outras equipes que já disputaram a Série A e hoje estão amargando a última divisão do futebol nacional são Nacional-AM, Brasiliense, Corumbaense, Itumbiara, Uberlândia, Americano de Campos, Caxias, Novo Hamburgo e Ferroviária de Araraquara.

Para quem esperava uma composição de tabela dando ênfase à regionalização teve uma surpresa. Os grupos estão mais flexíveis. Embora ainda adotando critérios geográficos, na edição deste ano algumas viagens desgastantes serão realizadas – por exemplo, os dois representantes de Tocantins estão em grupos com três nordestinos.

Nenhum grupo contém times do mesmo estado. Campinense e Treze, ambos de Campina Grande, exemplificam isso – a Raposa no Grupo A8, ao lado de Murici, Flu de Feira e Flamengo-PE; já o Galo, no Grupo A9, vai encarar Santa Rita-AL, Vitória da Conquista e Itabaiana. O primeiro vai percorrer 1.347 quilômetros nos três jogos fora de casa, enquanto o segundo vai rodar 2.105 quilômetros.

Caso a CBF optasse por um grupo regionalizado – que podia ser Campinense, Treze, Central e Belo Jardim, os paraibanos percorreria, cada um, 337 quilômetros em viagens.

Assim como nos últimos anos, o regulamento da Série D incentiva a competitividade. Apenas o campeão de cada um dos 17 grupos está matematicamente garantido no mata-mata. Os 15 melhores segundos colocados também passam – ou seja, apenas dois vice-líderes estão eliminados.

Na segunda fase, o emparceiramento segue regionalizado. Mas vai depender do pior entre os primeiros colocados, que passa para o pote 2. Assim, não dá para prever contra quem o classificado vai jogar no mata-mata.