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Após forte pressão de atletas, deputados da base de oposição e até do Ministério da Economia, a votação do projeto de lei que pede o congelamento do Profut durante o período de calamidade pública foi adiada. O texto, a princípio, será apreciado nesta quarta.

A redação final do PL ainda não foi entregue pelo relator, deputado Marcelo Aro (PP-MG). Isso porque, nos bastidores da Câmara, cresceu muito a pressão para a retirada dos artigos 5º e 6º do texto, que tratavam de questões trabalhistas dos atletas, como a redução de 50% da cláusula de compensatória paga em caso de rescisão de contrato unilateral.

Segundo alguns deputados, após a reunião de lideranças partidárias no início desta tarde, Marcelo Aro, embora insatisfeito, teria concordado em retirar as questões trabalhistas do projeto de lei.

– Em função de uma certa pressão que todos nós fizemos, os nossos destaques que estavam vigorando, os artigos foram retirados – comemorou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Quem também se manifestou insatisfeito com o parecer de Aro foi o ministro da Economia, Paulo Guedes. No início da tarde, Guedes pediu mudanças no artigo 3º do relatório, que trata da forma de pagamento das parcelas do Profut após o período de congelamento.

O pedido de mais uma alteração momentos antes da votação irritou Marcelo Aro, que, por conta disso, ainda não entregou o relatório à mesa da Câmara. No início da sessão desta terça, o presidente da Câmara Rodrigo Maia confirmou o adiamento.

– O projeto do Profut, ainda não temos o relatório publicado. Temos um acordo de prazo mínimo de 24h, ou no mínimo 12h, para que a gente possa encaminhar os projetos – discursou Rodrigo Maia.

O teor do novo texto de Marcelo Aro ainda é desconhecido, mas deve ser entregue à Câmara para votação nesta quarta. Caso a pressão do Governo dê resultado e a forma de parcelamento do Profut seja alterada, o deputado promete voltar os artigos trabalhistas para o projeto.