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Uma rodada da Taça Rio sem público, com dois grandes clubes do estado contrários ao retorno. Isso foi autorizado no momento em que morrem mais de mil pessoas por dia no país, vítimas da Covid-19. É isso que foi autorizado pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e que está em discussão agora pela federação do estado.

A pressão de Flamengo e Vasco parece ter surtido efeito e o absurdo está cada vez mais perto de se materializar. Não basta seguir os protocolos de segurança sanitária. Um levantamento do ‘Globoesporte.com’ mostrou que os clubes do Rio somam 157 casos positivos – 18,6% dos testados. Só o Cruz-Maltino, que teve seu presidente indo a Brasília fazer lobby pela volta das competições, tem 16 atletas infectados.

Não há qualquer estudo que mostre a desaceleração da Covid-19 no país. O próprio Rio bateu recorde no número de casos na última semana. A pressa é injustificável e ofensiva às famílias que choram por suas vítimas e aos que respeitam a quarentena desde o início da pandemia. Mas não surpreende: afinal, a falta de bom senso é uma doença crônica no Brasil. O futebol só é mais uma vitrine disso.