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A Fifa espera que TV Globo cumpra os compromissos assinados referentes aos pagamentos do contrato de direitos de transmissão para o período de 2015 a 2022. A posição da entidade enviada ao blog mostra que o acordo entre a emissora e a federação internacional deve se transformar em uma briga jurídica que pode afetar até a transmissão da Copa do Mundo de 2022.

O Grupo Globo conseguiu nesta terça-feira (23) uma liminar na 6ª Vara Empresarial da Justiça do Estado do Rio de Janeiro para não pagar de forma imediata o valor de US$ 90 milhões (R$ 463 milhões, no câmbio atual), previsto no contrato de direitos de transmissão celebrado com a Fifa.

O pagamento deveria acontecer no próximo dia 30 de junho. A emissora espera renegociar os valores do vínculo em razão da pandemia do novo coronavírus, que comprometeu o calendário do futebol internacional. O contrato em questão contempla a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.

Ao blog, um porta-voz da Fifa afirmou que a entidade “não considera apropriado comentar discussões que podem estar sujeitas a procedimentos legais”. O caso deve parar na Corte Arbitral da Suíça para definir se é necessária a renegociação dos valores e modelo de pagamento, com a Globo quer, ou se fica como está. A rescisão ainda é improvável. “Sempre procuramos apoiar nossos parceiros por meio de um diálogo construtivo e continuamos a fazê-lo nas dificuldades que todos enfrentam durante a pandemia de Covid-19”, continuou a Fifa.

A Globo alega que a pandemia do novo coronavírus fez todos os grupos de mídia passarem por dificuldades financeiras. Além disso, o grupo de comunicação brasileiro alega que competições da Fifa que estavam previstas para 2020 foram canceladas e que isso causou prejuízo.

O processo foi interpretado no último dia 16 e foi julgado em caráter de urgência. Ele corre em segredo de Justiça, mas o UOL Esporte obteve acesso à liminar favorável para a Globo, assinada pela juíza Maria Cristina de Lima Brito. A magistrada concedeu liminar enquanto o contrato não é julgado na Justiça da Suíça, onde foi celebrado. Caso o Banco Itaú, responsável pela intermediação do pagamento, debite o valor à Fifa, tanto a entidade quanto a instituição financeira receberão multa de R$ 1 milhão por dia de descumprimento..