Revista Placar

A Nexus, encomendada pela CBF, realizou pesquisa sobre os hábitos de consumo do futebol pelo brasileiro. Em levantamento que escutou 2006 pessoas de 16 anos ou mais, das 27 unidades federativas do país, 73% dos brasileiros costumam acompanhar o futebol.

Quase metade dos entrevistados (47%) acompanha pelo menos uma partida de futebol por semana. Dentro desse grupo, os comportamentos variam: 16% veem vários jogos ao longo da semana, 17% assistem a mais de um, e 14% limitam-se a apenas uma partida semanal.

Considerando o conjunto total da amostra, há ainda 5% que veem futebol quinzenalmente, 6% que assistem a um jogo por mês e 15% que o fazem apenas de forma esporádica. No agregado, 58% dos brasileiros assistem a pelo menos uma partida mensalmente. Apenas 2% não veem futebol em nenhuma frequência.

Os hábitos mais regulares, acompanhamento semanal, aparecem principalmente entre homens (64%), jovens de 16 a 24 anos (56%), pessoas com renda superior a cinco salários mínimos (53%), moradores do Sudeste (51%), do Norte/Centro-Oeste (51%) e indivíduos que se autodeclaram pretos (52%).

Já entre os que não acompanham futebol, predominam mulheres (36%), moradores do Nordeste (34%), pessoas com mais de 60 anos (30%) e também o grupo de 41 a 59 anos (29%). Entre brancos, 29% não assistem; entre analfabetos ou pessoas que apenas sabem ler e escrever, essa proporção sobe para 41%.

Maiores torcidas
O levantamento mostra que o vínculo com o futebol vai além do hábito de assistir aos jogos: 78% dos entrevistados afirmam torcer por algum clube, enquanto 22% não declaram ter um time. Isso revela que mesmo parte das pessoas que não acompanham partidas, ou dizem não gostar do esporte, mantém alguma identificação com uma agremiação.

Entre os que se declaram torcedores, a proporção é maior entre homens (87%) do que entre mulheres (69%). O fenômeno também é mais comum entre jovens de 16 a 24 anos (83%) do que entre pessoas com mais de 60 anos (72%).

Regionalmente, o Sudeste registra uma taxa mais elevada de torcedores (82%) em comparação ao Nordeste (71%). Do ponto de vista econômico, quem recebe entre dois e cinco salários mínimos (82%) aponta mais times do que quem ganha até um salário mínimo (74%).

No recorte das preferências clubísticas, o Flamengo lidera com 26% das citações, seguido pelo Corinthians (19%). Em seguida aparecem São Paulo (9%), Palmeiras (7%) e Vasco (5%). Internacional e Cruzeiro surgem com 4% cada; Atlético-MG, Grêmio e Santos reúnem 3% cada; Botafogo, Bahia e Fluminense registram 2%. Os demais clubes somam, juntos, 11%.

Consumo de futebol
O hábito de consumir conteúdo sobre futebol vai além das partidas. Segundo a pesquisa Nexus–CBF, 41% dos brasileiros acompanham debates em mesas redondas (na TV, no rádio ou em plataformas de streaming) e 24% fazem isso ao menos uma vez por semana.

O consumo pela mídia é expressivo: 77% utilizam algum formato para acompanhar futebol, seja TV aberta, TV por assinatura, rádio ou streaming. A minoria, 6%, usa todos os formatos; 22% acessam três deles; 20% combinam dois; e 29% preferem apenas um. Os que não consomem futebol por nenhum meio somam 23%.

Entre os formatos, a TV aberta domina: 61% assistem a pelo menos um jogo por mês nesse canal; 10% veem algumas vezes por ano; e 29% simplesmente não acompanham. A TV fechada aparece em seguida, com 38% de audiência mensal e 55% que não assistem.

O streaming, mais recente, registra 27% de usuários mensais e 66% que nunca viram um jogo por essa via. O rádio, tradicional, hoje reúne apenas 10% de ouvintes mensais; 85% não o utilizam para acompanhar partidas.

Quem vai ao estádio?
Apesar de a mídia ampliar o acesso aos jogos, a experiência ao vivo mantém seu peso simbólico. Atualmente, 19% dos brasileiros afirmam frequentar arquibancadas. Outros 22% já foram ao estádio em algum momento, mas deixaram de ir. A maioria, 59%, nunca assistiu a uma partida presencialmente.

Entre aqueles que jamais sentaram na arquibancada, o perfil predominante é: jovens de 16 a 24 anos (63%), mulheres (72%), pessoas entre 41 e 59 anos (62%), indivíduos com renda de até um salário mínimo (69%) e moradores do Nordeste (63%).

Um dado particular é o dos idosos: quase metade dos brasileiros com mais de 60 anos já foi ao estádio, mas 32% abandonaram essa prática.

A falta de interesse pelo futebol é a principal razão apontada para não frequentar jogos: 41% citam esse motivo. Em seguida, vêm preocupações com segurança (23%) e o preço dos ingressos (12%).