Globo Esportes

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Os 27 sindicatos de arbitragem do país farão assembleias gerais em seus respectivos estados para discutir uma possível greve que pode paralisar todas as Séries do Campeonato Brasileiro. O debate foi originado após a presidente Dilma Rousseff vetar um dos itens da Medida Provisória 671 (MP do Futebol). O item fala do direito de arena dos árbitros, que teriam repasse de 0,5% dos valores de transmissão da TV. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), Marco Antônio Martins, os encontros estão marcados para quinta-feira e escolherão as medidas tomadas pela entidade. Cabe à categoria marcar o início da greve, que atingiria as quatro divisões nacionais.

– Já tivemos um encontro com 40 árbitros no Rio, na última sexta. Vamos impetrar uma liminar na Justiça solicitando que não exibam mais nossas imagens nas transmissões. Na quinta, teremos uma assembleia geral em todos os estados para definir que tipo de reivindicação faremos à CBF. Apresentamos nossa pauta na CBF numa reunião na segunda-feira, pedindo apoio à MP (à inclusão do item vetado). Pedimos que a CBF interfira junto aos clubes para que a gente possa receber nossos direitos – explicou Marco, que não soube dizer como seria a restrição à veiculação das imagens dos árbitros.

Na última segunda-feira, o presidente da Anaf, acompanhado de membros de sua diretoria e dos árbitros Péricles Bassols (RJ) e Marcelo de Lima Henrique (PE), esteve reunido com o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, para debater a questão do veto e outros assuntos. Segundo o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF não é pensamento dos próprios árbitros fazer uma greve neste momento, pois não querem ser considerados aproveitadores.

Na opinião de Sérgio Corrêa, os árbitros têm uma pautas positivas na CBF não apenas no aspecto financeiro, e a entidade tenta atender as reivindicações na medida do possível.

– A CBF procura satisfazer todos os pedidos dos árbitros, mas dentro da possibilidade da entidade, das federações e dos clubes. Neste ano, por exemplo, eles tiveram a reposição de 6,28% referentes a ônus anteriores. Cada vez mais investimos na qualificação dos árbitros. Atualmente estamos implementando cinco cursos ao mesmo tempo. São 160 pessoas passando por avaliação técnica e teórica.

O repasse de 0,5% dos direitos de transmissão da TV significaria, segundo o presidente da Anaf, R$ 9 milhões, que seriam distribuídos à classe por campeonato. Ainda de acordo com Martins, isso renderia algo em torno de R$ 10 mil por partida ao quarteto de arbitragem. Atualmente, os árbitros que possuem escudo Fifa ganham cerca de R$ 4 mil por jogo. Um aspirante à Fifa recebe por volta de R$ 3,2 mil e os demais ficam com R$ 3 mil, todos em valores brutos.