Por experiência, Tite é o mais preparado a chegar pela 1ª vez na seleção
MSN
Uma ligação que nunca veio, retomada após ano sabático e ‘não’ quatro vezes até que o convite fosse, enfim, aceito, entrasse em aeronave particular da CBF e desembarcasse em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Ninguém ousa contestar: Tite é o melhor nome para a seleção brasileira neste momento. E também o mais preparado ao assumi-la pela primeira vez.
Se considerarmos, claro, a experiência como parâmetro. Nenhum outro – não considerando interinos e sempre levando a primeira passagem no time nacional -, na história dos pentacampeões mundiais, chegou a seu comando com mais tempo de carreira.
Para efeito de comparação, entre seus antecessores mais recentes, Dunga tinha 43 anos quando recebeu o primeiro chamado da CBF (em 2006), Luiz Felipe Scolari, 53 (2001), Mano Menezes, 48 (2010), Carlos Alberto Parreira, 40 (1983), e Emerson Leão, 51 (2000). Tite completou 55 anos no último dia 25 de maio.
Na última quarta-feira, ele teve a sua ida para a seleção confirmada pelo presidente Roberto de Andrade, em entrevista coletiva. Deixou o CT Joaquim Grava para entrar definitivamente na história do Corinthians. Foi, inclusive, homenageado neste domingo e sucumbiu às lágrimas antes do pontapé inicial contra o Botafogo, na Arena. “Temos de colocar Tite em um pedestal. Não dá para fazer comparação com outro técnico”, resumiu Andrade.
Mais calejado, o gaúcho chega à seleção com a rodagem de quem funcionou como escudo nos últimos meses para uma diretoria que teve de conviver com a pressão de uma crise que carregava os mais diversos ingredientes: desmanche do elenco, acusação de envolvimento na Lava Jato e escândalo com denúncia de desvio de dinheiro na base.
Ainda assim, o treinador com passagem por Grêmio, Inter e outros conseguiu se sagrar campeão paulista (2013), bicampeão brasileiro (2011 e 2015), campeão da Recopa Sul-Americana (2013), da Copa Libertadores (2012) e do Mundial de Clubes (2012).
O desafio será semelhante na CBF. E Tite sabe disso – até mesmo relutou inicialmente em aceitá-lo em virtude também dessas condições.
Foram quase 20 anos tentando vingar como jogador de futebol no interior do Rio Grande do Sul, a largada como técnico no Guarany-RS, a fuga do anonimato, as conversas com Carlo Ancelotti e, enfim, a consagração.