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O ano de 2013 promete ser mágico para o futebol da Bahia. Depois de 10 anos, o clássico Ba-Vi voltará a ser disputado na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Além disso, Salvador terá de volta a Fonte Nova, reconstruída como arena. O estádio vai receber a Copa das Confederações, com direito a um Brasil x Itália e Uruguai contra uma seleção africana. No entanto, o ano seguirá a tendência de temporadas anteriores. Nenhum clube baiano do interior vai figurar nas duas principais divisões do futebol brasileiro. E desde que foi a criada a Série D, a Bahia não tem representantes sequer na Série C. A Quarta Divisão, que tem vagas obrigatórias para baianos, é a única onde os pequenos da Boa Terra são vistos.

Os números mostram um enfraquecimento dos clubes pequenos do estado. Além da dupla Ba-Vi, o último time baiano a frequentar a elite do nacional foi o Leônico em 1985, em um campeonato que teve 44 clubes. Na Série B, a última vez que os baianos de menor expressão estiveram presentes foi em 1991, quando Catuense e Fluminense de Feira disputaram a competição. Naquele ano, a Segunda Divisão teve 64 clubes, e a Bahia só teve representantes devido ao formato que dava vagas obrigatórias aos estados.

Das 10 federações mais bem colocadas, ainda levando em conta o antigo ranking da CBF (SP, RJ, RS, MG, PR, PE, BA, GO, SC e CE), apenas a baiana não teve uma equipe pequena ou do interior figurando na Série B no século 21. A última vez que um clube de menor expressão do estado figurou no cenário nacional foi na Copa João Havelange de 2000, quando o Juazeiro ficou em terceiro lugar no módulo verde e branco da competição, que era equivalente à Série C. Além disso, o estado chegou a ficar sem representantes nas Séries A e B. Em 2006, a dupla Ba-Vi disputou a Série C. O Bahia ainda permaneceu por mais um ano na Terceirona, em 2007, enquanto o Vitória ficou por uma temporada.

Clubes menores nos seus estados como Guaratinguetá-SP, Americano-RJ, Ipatinga-MG, Malutrom-PR, Salgueiro-PE, Anapolina-GO, Marcilio Dias-SC e Icasa-CE, já disputaram pelo menos uma edição da Série B desde 2001. Santa Catarina é o exemplo de maior sucesso com clubes menores e do interior. Em 2013, o estado terá um representante na Série A e quatro na Série B, além de dois na Série D, por vaga obrigatória. Apenas dois destes – Avaí e Figueirense – são da capital catarinense.

O presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues, admite a má situação da federação que comanda desde 2001, mas ressalta que, para ele, a entidade tem cumprido o seu papel. No entanto, os planejamentos dos clubes e os formatos das competições de acesso prejudicavam as agremiações. No entanto, o dirigente espera que a partir de 2013, a situação mude, a partir do novo formato da Série D, Quarta Divisão nacional.