Combate

Além de se preparar para enfrentar Maurício Shogun no UFC 250, no dia 9 de maio, em São Paulo, Rogério Minotouro segue no comando das atividades de sua equipe, a Team Nogueira.

O lutador e empresário seguiu as ordens de restrições das autoridades, por conta do novo coronavírus, e fechou as portas de sua academia, que fica localizada no Rio de Janeiro. Em entrevista ao Combate.com, Minotouro disse que concorda com a medida que acabou sendo imposta.

– A gente fechou há mais de dez dias, quando o governador do Rio mandou fechar as academias. A gente já estava planejando isso porque os professores estavam preocupados, pois eles têm pais em casa e todo mundo estava preocupado. É complicado, porque muita gente tem que pegar ônibus, trem, etc, e era o que deveria ser feito. Por isso optamos por todo mundo ficar em casa. Aí o pessoal começou a fazer o treinamento em casa. Assim todo mundo fica em segurança e esperando pra ver quando for mudar alguma coisa.

O lutador, que segue treinando para enfrentar Shogun, admite que as restrições acabam prejudicando sua preparação.

– Está complicado manter o ritmo. Eu estou treinando em casa do jeito que é possível. Mesmo assim, não é a mesma coisa. O pessoal sente a diferença, porque a gente consegue ganhar a confiança pra luta nos treinos, quando você vai cumprindo suas metas. Agora é fazer o que dá pra fazer, com as condições possíveis. Isso não está acontecendo só com a gente, é com todo mundo da luta também. Pra luta, você consegue fazer muita coisa em casa, principalmente na parte física, você consegue manter o físico, mas a parte de sparring, de contato, a situação real de luta, muita coisa não podemos fazer. Isso dificulta muito o atleta. A gente está tentando fazer o que pode sem sparring.

Minotouro revela que, apesar de seguir treinando, o futuro do UFC 250, se vai acontecer ou não na data agendada, ainda é incerto.

– Não sei o que vai acontecer com esse evento, estamos esperando as instruções do UFC. O UFC é uma grande empresa, eles vão seguir o que é melhor para os atletas, estão preparados para isso. A gente está esperando. Eu lutava os eventos pequenos quando comecei, hoje em dia luto no UFC, uma das maiores companhias de esportes do mundo. Então a gente não tem do que reclamar, pois os caras estão preparados e sabem o que é melhor para os atletas e para o esporte. É só esperar. Se tiver que adiar, a gente adia. Se tiver que lutar, a gente luta. Vamos esperar as instruções que eles vão mandar. Não sei se vai poder fazer evento em São Paulo na data marcada. Vamos ficar acompanhando.

Com parte dos atletas profissionais vindo de outros Estados e com grandes despesas no Rio de Janeiro, Minotouro acredita que alguns acabarão voltando para suas cidades, pois a luta é um sustento para eles.

– Algumas pessoas foram pra casa. Tem duas correntes nessa questão do novo coronavírus. Tem os empresários que querem trabalhar, e tem o pessoal que quer ficar em casa para preservar e não ter contato social com outras pessoas. É difícil até para o governante, que tem a caneta, tomar certos tipos de decisões como essas. Os atletas têm que lutar, não podem ficar parados. Acho que por isso quem é de fora vai acabar voltando para sua casa, pois aqui no Rio tem despesas de aluguel, comida, etc. Alguns eventos já foram cancelados. O Francisco “de Assis” ia lutar na Rússia em abril e não vai ter mais. Aí acho que a dificuldade pras autoridades é essa: mantém as pessoas em casa ou manda todo mundo pro seu trabalho? É difícil para o cara decidir. A gente fica esperando a decisão.