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Michel D’Hooghe, chefe do comitê médico da Fifa, é contra o retorno do futebol antes de agosto. O dirigente foi taxativo sobre sua opinião a respeito da volta da bola rolando.

“Estamos sujeitos a decisões a nível nacional das autoridades públicas. É muito simples: o futebol de repente deixou de ser a coisa mais importante na vida. Estaremos muito felizes se pudermos retornar, de forma mais conveniente, na próxima temporada, sem ter nada antes disso”, disse, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph.

“Se eles puderem começar a temporada 2020/21 em agosto ou início de setembro, estaria feliz. Assim, poderíamos evitar um segundo pico do vírus, o que não é impossível”, completou.

Para D’Hooghe, não deveria haver debate sobre economia x saúde. “Vi várias situações, ao longo da minha carreira, que eram uma disputa entre economia e saúde. Quase sempre a economia vence, desde o cansaço de viagens ou a altitude ou se jogar em condições de poluição extrema. Se há uma circunstância que os argumentos da medicina devam vencer contra os argumentos econômicos é agora. Não é uma questão de dinheiro, mas de vida ou morte. Simples assim”, disse, de forma enfática.

O médico ressalta as dificuldades de se fazer partidas com público e mesmo em reunir no estádio jogadores e comissões técnicas. “Não dá para pedir para os jogadores ficarem a um metro e meio de distância”, ponderou.

“É impossível cada jogador ter seu vestiário próprio. Tenho quase certeza que ainda haverá reunião de torcedores, seja onde for. Pediria para todo mundo ser cauteloso antes de tomar a decisão de jogar futebol de novo”, alertou.